São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

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Excesso e falta de comida são problemas

DA REPORTAGEM LOCAL

O acesso aos alimentos, que aparece como linha divisória do mapa que separa a fome da abundância, é também um importante fator de risco para a saúde. Segundo o informe da OMS, 170 milhões de crianças nos países pobres sofrem de baixo peso, principalmente por falta de alimentos. Cerca de 3,4 milhões delas morrem de fome, por ano.
No outro lado, estima-se que 1 bilhão de adultos sofram de obesidade ou sobrepeso. Quase meio milhão de pessoas na América do Norte e Europa Ocidental morrem de doenças relacionadas ao excesso de peso, a cada ano.
A obesidade e o excesso de peso vão aparecer como segundo fator de risco nos países com o perfil do Brasil, e o terceiro nas nações ricas, como os EUA e o Canadá.
No grupo de países desenvolvidos e no grupo daqueles em desenvolvimento -onde são incluídos Brasil, México, Argentina e Chile-, os fatores de risco como o álcool, a obesidade, o cigarro, a pressão sanguínea e o colesterol ocupam os cinco primeiros lugares. Todos esses fatores se relacionam, formando um coquetel perigoso para as doenças cardiovasculares e para um grande número de casos de câncer.
Também relacionados aparecem a falta de atividade física e o pequeno consumo de frutas e vegetais. O sexo desprotegido aparece em sexto no ranking dos riscos nos países do perfil brasileiro.
Quando se considera o mundo como um todo, o informe aponta que o baixo peso é o principal fator redutor de anos de vida saudável, seguido do sexo desprotegido -cerca de 2,9 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência da Aids e de doenças sexualmente transmissíveis, a grande maioria nos países da África ao sul do Saara. Nessas regiões, a expectativa de vida ao nascer é de 47 anos, mas seria de 62 anos não fosse a epidemia de Aids.
O alcoolismo, que aparece como primeiro fator de risco entre os latino-americanos, provoca no país 31 mil mortes no trânsito, a cada ano. A cada 100 mil brasileiros, 19 morrem no trânsito por causa do álcool, três vezes mais do que nos países europeus.
De acordo com a OMS, há pelo menos 40 doenças relacionadas ao consumo de álcool. (AB)


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