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Negócio banca Carnaval carioca desde 1930

DO RIO

A ligação entre escolas de samba e jogo do bicho começou na década de 1930 no Rio.

Na época, Natalino José do Nascimento, o Natal, passou a investir na Portela, em homenagem ao amigo e sambista Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela.

Natal era apontador do jogo em Madureira, bairro onde nasceu a escola de samba.

A proximidade com autoridades também vem de longa data. O então ministro Negrão de Lima convidou a Portela, em 1959, para se apresentar no Palácio Itamaraty.

A presença de bicheiros nas escolas se traduz em títulos. Entre 1940 e 1970, período em que Natal esteve à frente da Portela, a agremiação levou 18. O envolvimento do bicho, então, se consolidou para financiar os desfiles.

Até que, nos anos 1970, os bicheiros decidem assumir o controle. Em 1972, Castor de Andrade -líder dos contraventores até sua morte, em 1997- assume a Mocidade de Padre Miguel. Em oito anos, quase todas as escolas passam a ter bicheiros como patronos. Para policiais, era uma forma de lavar dinheiro.

Além disso, dirigir uma escola proporcionava uma aproximação com autoridades. Investigações da Polícia Federal mostraram o estreito contato dos bicheiros com juízes, procuradores e políticos.

No Carnaval de 2012, no Rio, das 13 escolas que participarão do desfile, sete têm a participação de bicheiros.

(MARCO ANTÔNIO MARTINS)

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