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Paraná reabre laboratório de hipnose para investigar crimes

Método é usado para vítima se lembrar de detalhes da agressão

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Foi reaberto anteontem, em Curitiba, o único laboratório de hipnose forense da América Latina, do Instituto de Criminalística do Paraná. O local, que começou a funcionar em 1998, ficou fechado depois que o perito responsável se aposentou.

O psiquiatra Rui Sampaio, 56, 33 anos de hipnose -até onde se sabe o único especialista em hipnose forense do país-, foi recontratado.

A técnica é utilizada especialmente em crimes de estupro, homicídio, sequestro ou atropelamentos, casos em que vítima e testemunha podem sofrer um bloqueio mental e não se lembrarem de como o fato aconteceu.

Durante os dez anos em que funcionou, de 1998 a 2008, o laboratório ajudou a elucidar cerca de 700 casos.

"Acaba sendo altamente benéfico para a vítima, porque [o bloqueio] é como se fosse uma panela de pressão. Quando ela coloca a lembrança para fora, muitas vezes ela chora. É terapêutico", diz.

Nenhum suspeito passa pelas sessões, que duram cerca de três horas. "A pessoa não pode produzir prova contra si mesmo", afirma.

Dos 700 casos, em apenas dois os pacientes mentiram, segundo o médico: um era uma adolescente de 16 anos que disse ter sido estuprada para tentar justificar uma gravidez para os pais. "A descrição do estuprador era praticamente o namorado dela. Veja como nosso inconsciente tem suas armadilhas."

O outro era de uma testemunha que simulou o transe hipnótico e que, descobriu-se depois, era na verdade o responsável pelo crime.

"A sessão de hipnose é um instrumento auxiliar à investigação", afirma o perito.

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