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Justiça solta oficial da PM no Rio e critica investigação

'Estão brincando de investigar', diz desembargador sobre ação que levou à prisão de comandante de batalhão da PM

Caso abriu uma crise entre as polícias Militar e Civil; tenente-coronel nega ter recebido propina de traficantes

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DIANA BRITO
DO RIO

O desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça do Rio, concedeu na madrugada de ontem habeas corpus ao tenente-coronel Djalma Beltrami, ex-árbitro de futebol e comandante do 7º BPM de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.

Ele foi preso pela Polícia Civil na segunda-feira, na operação Dezembro Negro, sob suspeita de corrupção e tráfico de drogas.

Em seu despacho, o desembargador afirmou ter "medo deste tipo de investigação" e que "estão brincando de investigar".

Ele critica o delegado Alan Luxardo, da Delegacia de Homicídios de Niterói, e o juiz de São Pedro da Aldeia pelo decreto de prisão emitido apenas com base em uma interceptação telefônica.

No "grampo", um policial fala com o traficante Maicon Santos, o Gaguinho sobre dar propina ao "01".

Segundo Rangel, o juiz se deixou "levar pela maldade da autoridade policial que entendeu que 01 só podia ser o comandante do 7º Batalhão".

A Associação dos Delegados de Polícia do Rio disse que o desembargador tomou a decisão sem ter acesso ao inquérito. Rangel não comentou a afirmação.

O delegado Luxardo também não fez comentários.

Em entrevista à TV Globo, Djalma Beltrami disse que "nunca recebeu propina". "Nunca autorizei ninguém a falar em meu nome ou a pegar dinheiro para mim."

De acordo com as investigações da Polícia Civil, o militar receberia propina para não reprimir o tráfico.

"Tudo indica que se trata de uma guerra entre as polícias Civil e Militar", disse o advogado do tenente-coronel, Marcos Barros Espínola.

O caso abriu uma crise entre as polícias. O comandante da Polícia Militar, coronel Erir da Costa Filho, ficou revoltado ao saber da operação pela imprensa.

Já a chefe de Polícia, Martha Rocha, pediu que o delegado Luxardo não dê mais entrevistas sobre a prisão de Beltrami. O governador Sérgio Cabral pediu "conciliação" às polícias.

Beltrami assumiu o 7º BPM após o tenente-coronel Cláudio Oliveira ser acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli.

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