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Maria do Rosário Lemos dos Santos (1929-2011)

A séria 'menina' bandolinista de Oeiras

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em 2005, aos 76 anos, Maria do Rosário Lemos dos Santos conheceu o presidente Lula. Ela e quatro amigas receberam do governo a Ordem do Mérito Cultural por causa do grupo Bandolins de Oeiras, que formaram nos anos 80. Em Brasília, tocaram o Hino Nacional no instrumento.

As cinco idosas, que se chamavam carinhosamente de "meninas", só se juntaram por causa do aniversário de 250 anos da catedral de Oeiras (PI). Apresentaram-se na data, mas decidiram depois levar o grupo a sério. Gravaram CD e passaram a se apresentar pelo país -e até fora, no Uruguai e na Argentina.

Antes de se dedicar apenas à música, Maria do Rosário teve outras atividades. Filha de uma costureira e de um pedreiro -que depois foi carcereiro-, começou criança a trabalhar num cartório. Para alcançar a mesa, tinha de botar dois livros sobre a cadeira e sentar-se sobre eles.

Também deu aulas. Apesar de exercer a profissão, só foi se formar professora com mais de 40 anos.

Ensinou música também, em casa e em escolas. Além do bandolim, tocava teclado. Gostava do cantor Wando.

A família a descreve como séria. Nunca sorria enquanto tocava, apesar de gostar muito do que fazia. A última apresentação foi no começo do mês, numa festa religiosa.

Viúva, morreu no sábado, aos 82, de insuficiência respiratória. Não teve filhos. Do grupo, só duas continuam tocando. A cidade, porém, já tem os Novos Bandolins de Oeiras, com músicos jovens.

coluna.obituario@uol.com.br

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