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Sexo foi consensual, diz tio de brasileiro suspeito de estupro

'Ele é uma criança, foram para o quarto e transaram', afirma, sobre garoto de 15 anos acusado nos EUA de crime em navio

Advogado do outro suspeito, um rapaz de 20 anos, explica que ele vai se declarar inocente em audiência

ANDRÉ MONTEIRO
DE SÃO PAULO

Advogado e parente dos dois brasileiros presos nos EUA acusados de estuprar uma garota de 15 anos num cruzeiro afirmam inocência e que a relação sexual foi consensual.

Eles foram presos na terça, após a americana dizer ter sido forçada a fazer sexo numa cabine do navio Allure of the Seas, o maior do gênero.

Segundo o tio de um dos presos, um jovem de 15 anos morador de Ponta Grossa (PR), ele conheceu a garota na boate do navio no cruzeiro de nove dias.

Na última noite, antes do retorno a Fort Lauderdale (Flórida), o garoto convidou-a para ir a sua cabine, os dois fizeram sexo e ela foi embora, diz o tio.

Ele afirma que o outro brasileiro preso, o paulistano Luiz Antonio Scavone Neto, 20, também estava na cabine. Ele havia convidado outra garota, que logo foi embora.

"Ele é uma criança. Eles foram para o quarto e transaram. Em nenhum momento teve persuasão. Depois, pressionada pela família, ela disse que foi estuprada. A mãe dela é advogada", afirmou.

O tio diz que o navio tem câmeras e a família pretende usar as imagens para mostrar que houve consentimento.

À polícia, a garota disse ter pensado que encontraria amigos, mas, na cabine, foi forçada pelos brasileiros a fazer sexo. Ela prestou depoimento e passou por exame clínico.

David Raben, advogado de Scavone Neto, diz "ele vai se declarar inocente quando for formalmente acusado", em audiência na próxima semana. Ele garantiu à Justiça que o jovem não tem antecedentes, estuda (no Mackenzie) e "é de boa família no Brasil".

Na semana passada, Scavone Neto foi levado ao tribunal local, que reteve seu passaporte e fixou fiança de US$ 10 mil (R$ 18,2 mil). Mesmo se pagá-la, ele não deve ser liberado por pendências com a imigração -o juiz ordenou que ele, se solto, seja monitorado por GPS.

"Os dois foram separados pela polícia, mas as declarações foram exatamente idênticas. Estamos atordoados, é uma injustiça o que está sendo feito com eles", disse o tio.

O garoto está num centro de jovens infratores e só poderá falar com a família amanhã. Na Justiça americana, adolescentes podem ser julgados e condenados como adultos. O tio afirma que os pais permanecem nos EUA, desesperados.

A Folha deixou recado com a família Scavone em São Paulo, mas não houve resposta.

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