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Herdeira de bicheiro é procurada no Rio

Com a ajuda do marido, ela é suspeita de mandar matar pelo menos sete pessoas em briga pela herança do pai

Shanna Harrouche Garcia, 26, adora cavalos e participava de competições de hipismo que aconteciam no Rio

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

Shanna Harrouche Garcia, 26, é a nova dor de cabeça do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.

Nas duas últimas semanas, as polícias Civil e Militar prenderam 50 anotadores do jogo do bicho na zona sul da cidade. Mas a dona do jogo na região, onde mora o próprio Beltrame, ficou livre.

Shanna é filha do contraventor Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004.

É considerada foragida -ela era um dos alvos da Operação Tempestade no Deserto, realizada no final do ano passado.

Apaixonada por hipismo, Shanna filiou-se à Sociedade Hípica Brasileira, tradicional clube que reúne praticantes do esporte às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Sites especializados registram suas participações em competições.

Nos últimos sete anos, desde a morte do pai, ela, seus irmãos, a mãe e um dos tios protagonizam uma disputa sangrenta pela herança do bicheiro.

Oito pessoas foram assassinadas desde que o confronto começou. A última vítima foi José Luiz Lopes, conhecido como Zé Personal, marido de Shanna, morto em setembro passado.

HARAS

No Tribunal de Justiça do Rio, a disputa é para saber quem terá o direito de administrar o haras da família, avaliado em R$ 50 milhões. Além de cavalos da raça campolina, Maninho mantinha lá um rebanho com 1.800 cabeças de gado.

Shanna vivia no local com o marido, que foi personal trainer de Maninho.

Longe dos tribunais, a briga que já levou aos assassinatos em série é para decidir quem vai cuidar dos lucros obtidos com o jogo do bicho e com as máquinas de caça-níqueis da família.

Não é possível precisar o tamanho desse espólio. Quando Maninho foi assassinado, há sete anos, um relatório da Polícia Civil apontava 1.400 bancas de bicho e 7.000 máquinas de caça-níqueis nas zonas norte e sul da cidade do Rio.

Policiais civis envolvidos nas investigações suspeitam que a contraventora e o marido foram os mandantes de, pelo menos, sete mortes.

Para isso, teriam contratado dois ex-policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) que antes faziam a segurança para seu tio, Bide.

Os policiais também estão sendo procurados.

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