Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Melanie Berezovsky Singer (1932-2012) Socióloga apaixonada por crianças e cães ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Nos últimos tempos, a principal ocupação da socióloga Melanie Berezovsky Singer, que por longos anos trabalhou com pesquisa de mercado e opinião pública, foi ser avó. Uma avó amorosa, que levava e buscava os netos na escola, como conta a família. Paulistana, filha de imigrantes do Leste Europeu, formou-se na Escola de Sociologia e Política, em 1955. Ainda na faculdade, começou a trabalhar no escritório de pesquisas de um professor, por onde também passou o marido, o economista Paul Singer. Conheceram-se lá em 1959; casaram-se em 1962. Ficou por mais de dez anos no emprego, até sair para acompanhar o marido quando ele ganhou uma bolsa da Universidade de Princeton. Passaram um ano nos EUA. Ao retornar, Melanie voltou a atuar na área de pesquisas. Logo que o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) foi criado, em 1969, recebeu o convite de Fernando Henrique Cardoso para integrar a equipe de pesquisadores. Precisavam de uma tabuladora experiente, como lembra o marido. Em 1979, com duas sócias, montou o Feedback & Database, escritório de consultoria em pesquisa que funciona até hoje. Melanie aposentou-se há cerca de cinco anos. CÃES, CRIANÇAS E O PSDB Entre os familiares, era conhecida por Nica, ou Niquinha -o que a diferenciava das três primas que também se chamavam Melanie. A família, judaica, costumava repetir nomes. Tinha paixão por crianças e por cachorros. Se topava com um animal perdido, tratava de lhe dar comida. Ela e o marido, em 50 anos de casados, sempre tiveram cães. Como hobby, gostava de fazer tapetes, que dava de presente a amigos e familiares. Tinha grande dom para combinar cores, lembra o marido. Politizada, defensora da democracia, considerava-se de esquerda. Pela forte amizade do casal com FHC, tornou-se simpatizante do PSDB, que apoiava em eleições. Paul Singer, secretário de Economia Solidária do governo federal, porém, foi um dos fundadores do PT. O filho, André, cientista político e jornalista, atuou como porta-voz da Presidência no governo Lula. Melanie teve as filhas Suzana, ombudsman desta Folha, e Helena, socióloga. No fim de 2010, descobriu um câncer de pâncreas. Morreu na madrugada de ontem, aos 79. Teve três netos. O enterro foi ontem, no cemitério Israelita do Butantã, em SP. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |