Bala perdida mata aposentado na Vila Leopoldina

Era para ser um dia como outro qualquer na vida do aposentado Balilla Argentieri, 73. Acordou cedo e foi comprar pão em um mercado, como fazia diariamente.

Suas duas filhas, sua mulher e seu neto o esperavam em casa para o café da manhã, por volta das 8h.

Antes de chegar ao mercado, no entanto, Argentieri, filho de imigrantes italianos que viviam em São Paulo, passou por um tiroteio entre policiais e criminosos.

Atingido por dois projéteis, um no pescoço e outro nas nádegas, o aposentado morreu 20 minutos após chegar ao pronto-socorro da Lapa.

Armados com fuzis e pistolas automáticas, os ladrões tinham roubado a empresa de segurança Noventa Graus, localizada a 15 metros do mercado Mambo, na Vila Leopoldina (zona oeste).

Usando coletes e distintivos falsos da Polícia Civil, quatro ladrões entraram na empresa e renderam funcionários. Sem ser notado, um empregado conseguiu chamar a Polícia Militar.

Os PMs negociaram para que o bando se entregasse e libertasse os reféns. Em vão.

Segundo o major Moisés Marques Del Rey, da PM, os criminosos saíram em um Fiat Siena atirando.

A troca de tiros foi intensa. Mais de 30 disparos atingiram o carro dos ladrões. Dois deles morreram na hora. Os outros fugiram sem levar os 15 malotes de dinheiro que estavam no porta-malas.

Na fuga, eles roubaram mais dois veículos. Esses carros foram achados abandonados. Os ladrões não foram presos até a noite de ontem.

Uma vítima que teve o carro levado disse que um ladrão sangrava muito e o outro usava uma máscara. Os nomes dos suspeitos que morreram não foram divulgados.

Agora, a perícia tentará apontar de onde partiram os tiros que mataram o aposentado. Até o início da noite de ontem, a família não tinha decidido sobre o enterro.

Procurado, o advogado da empresa não atendeu a reportagem. Como houve mortes, o caso será investigado pelo departamento de homicídios.

Esse foi o terceiro roubo a empresas de segurança nos últimos três meses em São Paulo. Todos na zona oeste.