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Trens da CPTM colidem pela terceira vez em sete meses Companhia foi alertada seis meses atrás pelo sindicato sobre riscos de choques Ao todo, 99 pessoas que usam o sistema se machucaram nos acidentes; ontem foram 51 vítimas RICARDO GALLODE SÃO PAULO Pela terceira vez em sete meses, dois trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) se chocaram na Grande São Paulo. O acidente correu às 8h50 de ontem e deixou 51 pessoas feridas na estação Vila Clarice, na zona norte da capital. O local integra a linha 7-rubi (Luz-Francisco Morato). A CPTM, do governo do Estado, desconfia de falha humana, mesma causa que a empresa atribuiu às outras duas colisões -uma em 13 de julho de 2011, com 42 feridos, e outra em 26 de janeiro deste ano, com seis feridos. Juntos, os três acidentes somam 99 pessoas feridas. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo suspeita que, por ordem da CPTM, um dispositivo de segurança que impede a aproximação de trens tenha sido desligado. A companhia nega e afirma que sua investigação será divulgada até amanhã. AVISO A CPTM foi avisada do problema pelo sindicato no dia 4 de agosto, seis meses atrás, logo após a primeira colisão. Na ocasião, a entidade informou à companhia que maquinistas estavam sendo orientados a desligar o equipamento. Os trens, então, circulavam mais próximos do que deveriam uns dos outros. No modo automático, o trem para de andar se chegar muito perto de outro. A finalidade, segundo o sindicato, é reduzir o intervalo entre os trens, uma das metas do Estado para a CPTM. "A eliminação desse sistema de segurança coloca em risco a condução ", diz trecho da carta, obtida pela Folha. A consequência, diz o documento, é a "iminência de um choque". O sindicato instava a companhia a debater o assunto, mas não houve resposta, disse a entidade. A CPTM não informou se respondeu ao sindicato. A COLISÃO O acidente de ontem ocorreu quando um trem, ao sair da plataforma da estação, foi atingido por uma locomotiva de manutenção. "Ouvi um estrondo e várias pessoas caíram. Foi um susto, mas o maquinista tentou nos acalmar", relatou Danila Misson, 37, que pegou o trem para levar a mãe ao hospital. "Quando as pessoas caíram por cima de mim, tive medo de ser esmagada", conta Rosa Misson, 71. Segundo o diretor de operação e manutenção da CPTM, José Luiz Lavorente, a sinalização funcionava. Daí a suspeita de falha humana. A linha 7-rubi é uma das que são alvo de modernização pela CPTM. Em 2010, o governo do Estado anunciou intenção de dar qualidade de metrô à rede de trens. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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