Giselda Escosteguy Castro (1923-2012)

Uma pioneira das lutas ambientais

Nos anos 70, um ambientalista mudou a cabeça de Giselda Escosteguy Castro e do grupo que ela havia criado.

Em 1964, ela e outras mulheres fundaram em Porto Alegre a Ação Democrática Feminina Gaúcha. A entidade, contrária à ameaça comunista, apoiava o golpe militar.

Tinha a meta de conscientizar a população, entre outras questões, sobre a importância do planejamento familiar e da paternidade consciente. No início dos anos 70, porém, tiveram contato com o ambientalista gaúcho José Lutzenberger (1926-2002) e se engajaram na luta ecológica.

Nascida em Santana do Livramento (RS), Giselda passou a juventude no Rio. Lá, casou-se, em 1949, com o médico gaúcho Ernesto Castro.

O casal mudou-se para Porto Alegre, onde Giselda ensinou inglês e francês antes de se meter com suas causas.

É tida como uma das pioneiras na defesa do meio ambiente no país. Severa e firme em suas posições, costumava tomar o primeiro voo sempre que havia reunião do Banco Mundial para protestar, com cartaz na mão, contra a concessão de empréstimo a desmatadores, por exemplo.

A ação que criara virou o Núcleo Amigos da Terra. Nos anos 90, foi assessora para o meio ambiente da prefeitura do petista Tarso Genro em Porto Alegre e uma das idealizadoras do projeto Guaíba Vive. Nunca se filiou a partidos, conta o filho Antônio.

No ano passado, teve um acidente vascular cerebral. Viúva, morreu no domingo, aos 89, de causas naturais. Teve três filhos e cinco netos. A missa do sétimo dia será hoje, às 17h, no mosteiro de São Damião, em Porto Alegre.

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