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Campos de golfe viram território feminino

O esporte conquista mulheres em cidades como Ribeirão e São Carlos

Jogadoras têm, em média, 40 anos de idade, filhos crescidos e são bem-sucedidas profissionalmente

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Luvas cor-de-rosa, escova no cabelo e pelúcia ganham espaço nos campos de golfe do interior paulista.

Membros das elites de suas cidades, mulheres a partir dos 40 anos, com carreira bem-sucedida e filhos crescidos, decidiram apostar no esporte. Grande parte delas por influência dos maridos.

Em Ribeirão Preto, o Ipê Golf Club já soma hoje 48 golfistas. Há 12 anos eram só três mulheres. Já em São Carlos, o Damha Golf Club decidiu apostar em um programa de incentivo no ano passado. Atualmente, o clube conta com cerca de 30 mulheres.

"Meu marido começou a praticar e só falava sobre isso, mas eu não entendia nada. Então, fui aprender", disse a professora aposentada Rosa Maria Machado Pelicioni, 63, que joga no Ipê.

Em apenas quatro anos como golfista, Rosa conquistou oito troféus. "Agora, meus filhos começaram a reclamar que não tenho mais tempo para eles", afirma, rindo.

Nice Terni, responsável pelo golfe feminino no Damha, diz que a ideia de criar o programa nasceu após pedidos dos homens que frequentam o clube. "Disseram que queriam que as mulheres deles jogassem, mas faltava apenas estímulo para elas."

Para Vivian Golombek, diretora do departamento técnico feminino da FPG (Federação Paulista de Golfe), o fato de as mulheres passarem muito tempo sozinhas depois de os maridos começarem a praticar o golfe é o grande estímulo para que elas tomem gosto pela modalidade.

"Mulher acaba se saindo melhor que o homem no golfe, porque é um esporte que não precisa de força e sim de concentração e delicadeza. E são atributos que a mulher tem de sobra", afirmou.

Os detalhes femininos são facilmente percebidos. Para proteger os tacos, pelúcias em forma de bichos dão o "charme". O carregador de tacos acompanha as mulheres por todo o percurso de 10 km.

De acordo com a diretora da federação, em São Paulo há 950 mulheres que são filiadas, num universo de 4.000 homens. "Em dez anos, acredito que haverá muito mais", afirma Viviane.

SEM ESSA DE ELITE

Embora a mensalidade para se associar a um clube seja de ao menos R$ 800, segundo a Federação Paulista de Golfe, elas rejeitam o rótulo de "esporte para elite".

Para Maria Olímpia Maistro, 58, do Ipê Golf Club de Ribeirão, o golfe é um esporte como outro qualquer. "Um jogo de tacos pode ser tão caro ou tão barato como qualquer outro material esportivo. Depende da sua disposição em gastar mais ou menos."

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