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Barbara Gancia Uma ótima notícia Seu currículo é inspirador - São Paulo pode se orgulhar de seu novo procurador-geral de Justiça eleito PASSO A vida me exercitando para manter o corpo robusto e bem-hidratado. Opa, errei! Não era bem esse o começo que eu tinha escolhido para o texto de hoje, vamos tentar novamente. Todos queremos ver um Ministério Público mais atuante e um pouco menos insanamente burocrático do que o mamute que temos à disposição. (Pronto, acho que agora engrenou. Claro que falar sobre o meu corpo teria sido mil vezes mais interessante e atraído uma audiência muito mais abundante para este canto esquecido do jornal, mas por vezes temos a obrigação de nos sacrificar em nome daquilo que é certo e bom.) O momento em que o país discute como manetear o corporativismo de uma Justiça que se recusa a ser minimamente fiscalizada, que dirá regulamentada, é a melhor hora para estimular o Ministério Público a alçar voo e se tornar cada vez mais autônomo e eficiente. Parece contrassenso, mas o que ocorre é bem o contrário. No último sábado, os procuradores de São Paulo fizeram um favor a si mesmos e a todos nós de indicar para o posto de novo procurador-geral de Justiça um candidato independente, de currículo irretocável. É ele Felipe Locke Cavalcanti, 47, que logo quando entrou no Ministério Público, em 1988, o fez pela porta da frente, passando em primeiro lugar no concurso. Seu currículo é inspirador -São Paulo pode se orgulhar de seu novo procurador-geral eleito. Ele criou o Cadastro Nacional de Condenados por Improbidade, ganhou de FHC o Prêmio Nacional de Direitos Humanos por ter sido um dos dois promotores do caso do Carandiru e foi também conselheiro, em dois mandatos consecutivos, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Membro dos mais atuantes, não teve nenhuma decisão reformada por mérito no STF. E fez seu trabalho sem chamar atenção para si, sempre colocando os interesses do país em primeiro lugar, igualzinho Eliana Calmon, né não? Dá gosto de ver a carreira do Felipe. E eu faço questão de dizer que resolvi escrever esta coluna de livre e espontânea vontade ao vê-lo ameaçado de não tomar posse por conta de uma movimentação política. Alô, governador Alckmin! Não ouça as pressões que desejam manter o continuísmo derrotado nas urnas no comando do Ministério Público. Cabe ao senhor indicar o novo procurador-geral entre os três mais votados, mas a escolha dos promotores deve prevalecer. O candidato independente venceu. Sempre votamos neste ou naquele político fazendo o sinal da cruz ao pé da urna, sem saber direito se o camarada é probo. No caso do Felipe, eu sei tudo. O conheço desde quando ele tinha uns três ou quatro anos, e já era sério e compenetrado naquela época. Namorei um primo dele na puberdade, sempre convivemos. Esse primo, que inclusive já morreu, tinha paixão pelo Felipe. Verdadeira alucinação. Ah, se o visse agora... A plataforma pela qual o novo procurador-geral se elegeu, com 894 de um total de 1.730 votos, é a luta pela desburocratização. Não sei se é suficiente. Mas só de saber que temos alguém confiável no comando já é uma ótima notícia para todos, não é mesmo, governador? Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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