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Ciclista morre em avenida que deveria ter ciclovia desde 2010

A caminho do trabalho, pedreiro foi atingido por carro e lançado a uma distância de 30 metros

Motorista, que estava com a habilitação vencida, foi indiciado sob suspeita de homicídio culposo

Isadora Brant/Folhapress
Bicicleta do ciclista Lauro de Jesus Neri, após acidente; ao fundo, corpo é recolhido
Bicicleta do ciclista Lauro de Jesus Neri, após acidente; ao fundo, corpo é recolhido

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um ciclista morreu ontem de manhã depois de se chocar com um carro na avenida Pirajussara, na região da Vila Sônia, zona oeste paulistana.

No corredor viário em que ocorreu o acidente, por onde passam muitos ciclistas, deveria haver uma ciclovia, prometida pela gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para 2010.

A avenida foi recapeada há algumas semanas. Não há sinalização separando as pistas nem faixas de pedestres. O mato está alto no canteiro central.

Morador de Cotia, na Grande SP, o pedreiro Lauro de Jesus Neri, 49, estava de bicicleta a caminho do trabalho, no Morumbi. Ele morreu na hora, próximo ao cruzamento da Pirajussara com a av. Dr. Ezequiel Campos Dias.

"Era o transporte para ele ir trabalhar. Ele gostava de bicicleta", disse a cunhada de Neri, Jussiane de Souza, 32.

O motorista do Peugeot que o atingiu, Lourenço de Azevedo, 63, disse à polícia que a vítima cruzou sua frente, atravessando a via de repente. Azevedo disse que chegou a frear, mas não adiantou. O ciclista foi arremessado em seu para-brisa e depois foi ao chão, cerca de 30 metros à frente do lugar da batida.

O motorista ligou para o Samu. Ele também teve de ser socorrido ao pronto-socorro do Hospital Bandeirantes, com a pressão arterial alta, diz o boletim de ocorrência.

A carteira de motorista de Azevedo estava vencida desde 2010. Ele foi indiciado sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e liberado.

Uma mulher identificada como sua filha foi ouvida à tarde no 34º DP (Vila Sônia).

Na saída, ela não conversou com a imprensa. O Peugeot estava registrado em seu nome e foi apreendido.

O acidente ocorreu por volta das 8h30, mas a av. Pirajussara só foi totalmente liberada depois das 11h, após a perícia e a remoção do corpo.

Um funcionário de um estabelecimento na esquina do acidente disse que ouviu "um barulho muito alto". Segundo ele, a bicicleta atravessava no espaço onde deveria ter uma faixa de pedestre. Há um semáforo ali. A polícia ainda apura as responsabilidades.

A assessoria da prefeitura não informou se o projeto de ciclovia no corredor formado pelas avenidas Eliseu de Almeida/Pirajussara inclui o ponto exato do acidente. Mas o projeto obtido pela Folha em 2007, quando o plano foi anunciado, mostra que sim.

O projeto está "sendo aperfeiçoado para oferecer maior segurança aos ciclistas", disse a prefeitura, sem dar prazos.

Já a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou que a pintura das faixas na avenida começou anteontem e será concluída até sábado.

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