Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
HILDA EMMA WRASSE ZIMMERMANN (1923-2012) Defensora dos índios e da natureza Quando os índios entravam nas terras da família de Hilda Zimmermann em Santa Rosa (RS), seu pai lembrava em casa: "Essa terra é deles. Nós é que somos os invasores". A menina, então, dizia que, quando crescesse, devolveria a terra aos donos. Filha de um comerciante, mudou-se criança para Porto Alegre. Foi secretária trilíngue, mas destacou-se mesmo por sua luta como ecologista. Em 1971, juntou-se ao ambientalista gaúcho José Lutzenberger (1926-2002), de quem já era amiga, para fundar a Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural). Engajou-se de vez na causa, participando de congressos e passeatas. Já no final dos anos 70, após um seminário sobre índios no Instituto Goethe, decidiu criar a Anai (Associação Nacional de Apoio ao Índio). Tinha um mapa do Estado que mostrava as áreas verdes, que coincidiam com territórios indígenas. Pensou: "Se protegermos os povos indígenas, estaremos protegendo a natureza". Uniu então as duas lutas, lembra a filha Lívia. Como presidente da Sociedade Amigos da Amazônia Brasileira, encaminhou centenas de denúncias sobre a destruição da floresta e de seus povos para a Procuradoria Geral da República. Chegou a receber ameaças. Premiada por seu pioneirismo, estava ansiosa para o lançamento de um livro sobre sua luta, feito pela filha. Gostava de festas e, no hospital, quase brigou com o médico que queria proibi-la de festejar seu aniversário. Viúva desde 1980 de um advogado, morreu na quinta, aos 89, após parada cardíaca. Teve duas filhas e duas netas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |