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Casal é suspeito de sequestrar bebê para substituir filho morto

Polícia afirma que pai da suspeita daria o dinheiro em troca de herdeiro; casal havia perdido filho na gestação

Dupla foi presa em flagrante; suspeito era funcionário de deputado que preside a Assembleia do Rio

ISABELA MARINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

A Polícia Militar do Rio resgatou ontem um bebê que havia sido sequestrado na última sexta-feira, com três dias de vida, da casa da avó, em Bacaxá, distrito de Saquarema, na região dos Lagos.

Segundo o delegado Luciano Coelho, da 124ª DP (Delegacia de Polícia), o menino foi sequestrado a mando de casal que tinha perdido o filho ainda durante a gestação.

Géssica Paulino Marinho, 20, e Altair Ferreira dos Santos, 49, conhecido como Coca Melo, foram presos em flagrante. De acordo com Coelho, com o rapto, eles esperavam receber R$ 500 mil que o pai adotivo de sua mulher -um fazendeiro do Mato Grosso- havia prometido a ela por lhe dar um herdeiro.

Géssica e Coca Melo, ex-administrador do Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazaré, em Bacaxá, onde o bebê nasceu, prestavam depoimento na delegacia. A Folha não conseguiu falar com o casal nem com seu advogado.

'MARCELO'

Na noite do sequestro, dois homens encapuzados e armados invadiram a casa de Patrícia Sabino Ferreira, na rodovia Amaral Peixoto, km 72, onde ela estava com a filha Gabriela Sabino Ferreira, 17, e o neto recém-nascido.

Segundo a polícia, Coca Melo dava cobertura à dupla, que entrou na casa dizendo procurar por "Marcelo". As mulheres disseram que não conheciam o rapaz. Os homens levaram as duas para um cômodo e fugiram com o bebê. Desde então, a polícia fazia buscas pela cidade.

No sábado, a família da mulher passou o dia em vigília na delegacia. Ontem, mesmo com a chuva, os familiares fizeram uma manifestação em Bacaxá pedindo agilidade da polícia no caso.

O pai da criança, Rodrigo Francisco dos Santos, estava inconformado. "Raptaram meu filho, procurando por Marcelo. Eu sou Rodrigo e sou pai do Gustavo. Não tenho dívida nenhuma com ninguém, sou honesto, trabalhador, só quero meu filho", explicou.

A polícia localizou o bebê após denúncia anônima. Não se sabe se a procura por Marcelo foi apenas uma forma de despistar os investigadores.

DEMISSÃO

Coca Melo trabalhava com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, o deputado Paulo Melo (PMDB), que declarou, em nota, estar "extremamente decepcionado com o ato".

O deputado considerou a ação "insana, covarde e brutal" e determinou a exoneração imediata do funcionário.

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