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Sindicato dos docentes quer manter greve nas federais

Entidade afirma que a proposta do governo só repõe perdas com inflação

Proposta prevê reajuste de até 40%, escalonado ao longo de três anos; ministra diz à Folha que oferta é 'definitiva'

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Três dias após o governo da presidente Dilma Rousseff apresentar uma proposta de reajuste salarial de até 40% aos professores das universidades federais -em greve desde maio-, o maior sindicato da categoria divulgou nota rejeitando o acordo.

O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) -ligado à Conlutas, braço sindical do PSTU- divulgou texto em que defende a manutenção da greve e pede que os docentes façam uma "análise crítica" da proposta.

Um dos argumentos para a recusa é que o reajuste só repõe a perda causada pela inflação dos últimos anos.

A proposta do governo é que o reajuste seja pago em três anos, com impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos. O orçamento da Educação em 2012 é de R$ 85 bilhões.

Segundo o Andes, a variação da inflação entre 2010 e 2015 (quando acabaria o período do novo reajuste) será de 35,5%, muito próximo do índice proposto pelo governo.

A greve dos docentes completa hoje dois meses. Até sexta-feira, as universidades devem encaminhar ao sindicato seus posicionamentos. Uma nova reunião entre a categoria e o governo está agendada para segunda-feira.

O Andes afirma que, com a proposta do governo, só o professor-titular, no topo da carreira, terá um ganho real ao final de três anos. Esse grupo representa cerca de 10% dos docentes ativos, um total de pouco menos de 70 mil.

"A proposta do movimento docente é de ingresso (...) com piso salarial atrativo, independente da titulação", afirma comunicado divulgado pelo sindicato.

Segundo a tabela do governo, um professor no último nível da categoria adjunto e com mestrado, por exemplo, terá um reajuste de 20% ao longo dos próximos três anos.

Já um doutor no último estágio da categoria associado (acima da anterior) terá um percentual de 30% até 2015.

"É natural que você estimule as pessoas a se desenvolverem na carreira. O jovem adjunto, quando passar para associado, vai se sentir estimulado a galgar novos níveis", diz Amaro Lins, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação.

O Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior), ligada ao PT e que também participou da negociação com o governo, adotou tom mais conciliador e disse que a oferta "acolhe" reivindicações apresentadas.

A ministra Miriam Belchior (Planejamento) afirmou à Folha que a oferta é "definitiva".

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