Nas fundações, 113 ganham mais que Alckmin

A folha de pagamento de junho do governo estadual mostra que 113 funcionários de dez fundações receberam rendimentos brutos superiores ao do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem salário bruto de R$ 18.725.

Decreto de 2004 estabelece as remunerações de funcionários de fundações e autarquias e diz que o teto deve ser o total pago ao governador.

O maior valor, R$ 66.496, foi pago a Rosely Aparecida Figueiredo, gerente de área da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado).

A Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo) foi a instituição que mais registrou pagamentos acima do teto: 64 servidores.

A Fundação Padre Anchieta também aparece na lista -o executivo Celso Martins de Coelho recebeu R$ 42.651, e o diretor-presidente do órgão, João Sayad, R$ 35.432.

Já na Fundação Casa, alguns pagamentos superaram até o da presidente, Berenice Maria Gianella, que recebeu R$ 17.547 em junho.

OUTRO LADO

Em nota, a assessoria do governo afirma que os salários dos funcionários das fundações não ultrapassam os R$ 18.725 pagos a Alckmin.

Diz que valores acima disso se referem a horas extras, férias e adiantamento de 13º salário, entre outras correções. O governo também afirmou que salários superiores ao de Alckmin são corrigidos na folha de pagamento por um redutor, previsto por decreto.

Já a Fundação Padre Anchieta diz que os salários da diretoria foram estabelecidos em 2008. O órgão afirma que as remunerações divulgadas podem divergir do salário dos funcionários devido a horas extras, férias e outras correções. São os casos, diz, do executivo Celso Martins Coelho e de Wilson Roberto Bueno Filho, que receberam bônus acumulados. A fundação não informou o valor do salário de Sayad.

SECRETÁRIOS

Alckmin disse anteontem que os secretários de Estado poderão receber gratificação pela participação em, no máximo, duas comissões de empresas do Estado. Esse bônus chega a R$ 5.598 mensais.

Reportagem do "Agora", jornal do Grupo Folha, mostrou que titulares de pasta recebiam por até seis comissões. Além disso, participações nos lucros e bônus, fizeram com que, em junho, 19 secretários e adjuntos ganhassem mais do que o governador.

O secretário da Fazenda, Andrea Sandro Calabi, por exemplo, que recebe por seis comissões, ganhou participação nos lucros da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Ele recebeu em junho R$ 86.556.