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José Carlos Carvalhaes Bittencourt (1944-2012) O jornalista e a escrita para todos ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Comunicar de uma forma tão clara que qualquer um pudesse facilmente entender era o que José Carlos Carvalhaes Bittencourt vivia defendendo. Não queria mostrar que escrevia bem ou difícil; sua preocupação era falar para todos, como conta a filha, Tatiana, comunicóloga e pedagoga. Paulistano, filho de um advogado e de uma secretária, Bittencourt começou a carreira no jornalismo logo após sair, aos 18 anos, do colégio Rio Branco, em São Paulo. Em 1963, entrou para a equipe da rádio Excelsior. Teria experiência em jornais, revistas, rádios e canais de TV. Ainda em 1964, passou pelo finado "Notícias Populares" (jornal editado pelo Grupo Folha e que estava apenas começando), pelo "Correio da Manhã" e pela TV Excelsior. Logo enveredou para a cobertura política. Trabalhou, entre outros, em "Última Hora", "Diário Popular", TV Record, Cultura, Jovem Pan e Gazeta. Entre 1967 e 1986, colaborou com a "Folha da Tarde", antecessor do jornal "Agora", do Grupo Folha. Na capital paulista, criou, ao todo, 11 jornais de bairro. Durante a ditadura, foi vigiado. Era de esquerda, como lembra a família, mas não radical. Defendia o diálogo com todas as tendências políticas. Em casa, chegou a esconder familiares do jornalista Alexandre von Baumgarten, encontrado morto, a tiros, numa praia do Rio, em 1982. Nos últimos anos, vivendo no Guarujá, trabalhou como escritor (lançou o livro "Arquivo Aberto"). Gostava de uma boa cerveja e de um bom papo, segundo a família. Morreu anteontem, aos 68, de insuficiência cardíaca. Deixa viúva, dois filhos e três netas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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