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Kasuyoshi Matsukuma (1931-2012)

O soldador Antônio e sua oficina 'científica'

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Antônio conheceu Maria em 1959, por meio do "miai", um antigo procedimento japonês que consiste num encontro arranjado para unir um casal. Casaram-se em 1960.

Antônio era como o conheciam. Seu nome de verdade: Kasuyoshi Matsukuma, um filho de japoneses de Birigui (SP) que veio sozinho à capital, aos 19, atrás de serviço.

Ajudante de comércio em sua cidade natal, tornou-se soldador em São Paulo. Começou em outras oficinas até abrir a própria, em casa.

Era muito habilidoso, como lembra a família. Em casa, fazia ele mesmo as soldas dos corrimãos, grades, antenas e portões. E também as dos familiares, quando precisavam.

Para um genro que estava preparando uma tese de doutorado em energia, ajudou até a construir um protótipo de geladeira movida a amônia.

Certa vez, comprou um velho Volkswagen TL azul, todo acabado, e o reformou inteiro para uso próprio.

O filho Marcos conta que a oficina do pai era usada por ele e os irmãos como um playground, onde se acidentavam sempre. Indiretamente, também influenciou na escolha da profissão dos filhos, por ser visto como um ambiente científico. Marcos é físico. Todos os filhos se formaram.

Antes muito requisitado, Antônio perdeu clientela à medida que o material usado nos carros foi mudando.

No ano passado, teve uma pneumonia e descobriu uma fibrose, consequência de anos de trabalho sem máscara.

Morreu na terça (18), aos 81. Deixa viúva, Emiko (Maria), quatro filhos e um neto.

A missa do sétimo dia será hoje, às 19h, na paróquia São Francisco de Assis, na capital.

coluna.obituario@uol.com.br

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