Polícia apura como ladrões acessaram rede de esgoto

A Polícia Civil investiga como o bando que tentou roubar R$ 14 milhões da transportadora de valores Protege em São Paulo no domingo passado obteve o mapa da galeria subterrânea que dava acesso a uma sala do local.

Para chegar à informação, os policiais do Deic (departamento que investiga o crime organizado) vão apurar se funcionários ou prestadores de serviço da prefeitura, da Sabesp (empresa de saneamento) e da Comgás (empresa de gás) ajudaram o bando.

"Precisamos saber como tinham detalhes da rede. Por isso, essa será uma das linhas de investigação", afirmou o delegado Celso Marchiori.

Quinze ladrões usaram um ônibus com fundo falso, estacionado sobre um bueiro na avenida Professor Alceu Maynard Araújo, em Santo Amaro (zona sul), para entrar na galeria de água e esgoto.

De lá, usaram botes infláveis para navegar por 130 metros na galeria subterrânea da rua Laguna, onde fica a Protege. Pela rede de esgoto os ladrões chegaram até uma sala da transportadora de valores e cavaram um túnel de 15 metros.

Quando os bandidos entraram na sala, foram notados pelos seguranças da empresa, que chamaram a polícia.

DINHEIRO NO ESGOTO

O bando -que, segundo a polícia é ligado à fação criminosa PCC- ainda tentou fugir com cerca de R$ 14 milhões que estavam na sala, mas foi abordado por policiais da Rota (tropa de elite da PM) e houve confronto.

Três suspeitos morreram. Um quarto homem acabou preso. Outros 11 ainda estão foragidos. Todo o dinheiro roubado foi recuperado.

Cerca de R$ 1 milhão, de acordo com a polícia, caiu na rede de esgoto na fuga. Parte desse valor ficou inutilizado.

A suspeita é que os bandidos sejam ligados à mesma quadrilha que furtou R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza, em 2005, e também planejaram o roubo às agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal de Porto Alegre em 2006.