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Atirador que feriu três diz que tentava se defender

Polícia quer novo laudo para justificar prisão

DE SÃO PAULO

O atirador que feriu três pessoas e demorou quase nove horas para se entregar à polícia, anteontem no bairro da Aclimação (zona sul de São Paulo), afirma que agiu em legítima defesa.

O administrador Fernando César de Gouveia, 33, disse ao seu advogado e à Polícia Civil que pensou que as seis pessoas que entraram na casa em que ele morava iriam roubá-lo. Por isso, pegou sua arma e atirou contra o grupo.

"A mulher que mora com ele começou a gritar e ele desceu as escadas atirando", afirmou o advogado Ricardo Martins, que o defende.

O crime aconteceu pela manhã, quando um oficial de justiça, um advogado e uma equipe de profissionais de saúde foram cumprir um mandado de interdição contra Gouveia.

A decisão de interditá-lo foi baseada em laudos psiquiátricos que concluíram que o administrador é esquizofrênico e precisava de tratamento. O pedido da internação foi feito pela mãe dele, a professora Leni Behmer César, 65.

Após balear o oficial de justiça Marcelo Barros, 49, o auxiliar de enfermagem Márcio Teles, 27, e a própria companheira, a psicóloga Sylvia Helena Gondim, 45, o administrador se trancou em casa.

Na sequência, ele atirou contra três policiais militares que foram atender o caso. Gouveia só se entregou nove horas depois do crime.

"Essa tese de legítima defesa não procede. Se ele achou que era um roubo, por que atirou até contra policiais fardados?", questionou o delegado José Gonzaga Marques, do 6º DP (Cambuci).

INDICIAMENTO

Ontem, o delegado Marques disse que vai indiciá-lo por oito tentativas de homicídio. As vítimas, para o policial, foram os três feridos, três policiais que atenderam o caso e mais dois enfermeiros que foram até a casa.

O delegado afirmou que vai pedir que um novo laudo seja feito para embasar o pedido de prisão.

O objetivo é saber se ele deve ficar preso em uma penitenciária comum ou ser internado em hospital de custódia.

(AFONSO BENITES)

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