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HC tem fila de até 4 horas para entrega de medicamentos

Remédios deixam de ser entregues em casa no prazo após substituição da empresa responsável pelo serviço

Na manhã de ontem, cerca de 400 pessoas buscavam remédios no local; serviço será regularizado, diz HC

RAFAEL ITALIANI
DO “AGORA”

Pacientes do Hospital das Clínicas, um dos principais complexos médicos da América Latina, esperam até quatro horas para retirar medicamentos na farmácia local.

Até setembro, eles recebiam os remédios em casa, mas a substituição da empresa que fazia a entrega provocou falhas no serviço.

Ontem de manhã, a reportagem encontrou cerca de 400 pessoas na espera. Pacientes preferenciais aguardavam entre duas e três horas. Inicialmente, todos passavam por uma triagem e, depois, recebiam uma senha.

Usuários disseram que só foram informados do problema na distribuição após ligarem para o hospital perguntando o motivo dos atrasos.

Informados pelo HC de que as entregas foram canceladas por tempo indeterminado, quem precisa dos medicamentos para este mês teve de ir até a farmácia do local.

"Está caótico. A gente tenta organizar, mas é muita gente querendo saber onde pegar o remédio", afirmou um segurança, cercado de pacientes sem informações.

Nos guichês, alguns funcionários, questionados sobre os cancelamentos, diziam que as entregas estavam sendo feitas. "Eles estão aqui porque querem", disse um. Outros confirmavam que a distribuição foi cancelada. "Não tem prazo para voltar."

Em nota, o HC diz que trocou a empresa para reduzir a taxa cobrada dos pacientes pela entrega e que cobra a nova empresa para resolver o problema (leia texto abaixo).

RECLAMAÇÕES

A agente de cobrança Cleide de Jesus, 45, moradora do Carrão (zona leste), recebia remédios para trombose em casa. Ontem, chegou à farmácia por volta das 9h30. Recebeu o primeiro atendimento às 10h21 e saiu às 12h. "Se o remédio tivesse chegado em casa, não pegaria essa fila nem se me pagassem."

A aposentada Loide Santos, 57, saiu de São Miguel Paulista (zona leste) e esperou três horas para obter dois remédios contra hipertensão. "Ninguém avisou nada."

O aposentado José Tavares, 65, que é transplantado, perdeu a visão de um olho e acabou de passar por uma cirurgia de catarata no outro, enfrentou quase três horas de fila preferencial para conseguir os seus dez remédios.

Sozinho na farmácia lotada, ele precisou da ajuda de uma outra paciente para ler a senha de atendimento. "É difícil para mim vir até aqui."

Ele saiu do Grajaú, bairro no extremo sul, por volta das 7h e precisou de ajuda para embarcar nos dois ônibus e no trem que utilizou para chegar à farmácia, antes das 9h -saiu já perto das 11h30.

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