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Piora qualidade das estradas, diz pesquisa

Quase 30% das rodovias do país são ruins ou péssimas, segundo levantamento; estatais puxam queda na avaliação

Dados são da CNT, que analisou pavimento, sinalização e geometria de 96 mil quilômetros de estradas do país

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

A qualidade das estradas brasileiras caiu pelo segundo ano consecutivo e a parcela de rodovias classificadas como ruins ou péssimas alcançou quase 30% dos 96 mil quilômetros pesquisados.

É o que aponta a pesquisa CNT de Rodovias 2012, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes desde 2000 e que classifica as estradas analisando pavimento, sinalização e geometria.

O principal fator para a queda na qualidade das estradas este ano foi a piora nos trechos sob administração estatal. Nas rodovias concedidas, a avaliação foi praticamente igual à do ano anterior.

Nas estradas administradas por governos, a qualidade da sinalização caiu em relação a 2011, fazendo com que a quantidade de rodovias estatais classificadas como ruins e péssimas passasse de 32% para 35%. Boas e ótimas caíram de 34% para 28% e regulares subiram de 34% para 37%.

Nas federais, a avaliação do pavimento teve uma leve melhora; o que contribuiu para a queda da qualidade nessas rodovias foi a sinalização.

A União está revendo seu contrato para esse tipo de serviço e, a partir de novembro, seguirá um novo modelo, que prevê a conservação, por cinco anos, das placas, pinturas e outros equipamentos.

A pesquisa CNT vinha mostrando melhora na qualidade das estradas até 2010. No ano passado, já houve uma pequena queda, o que foi considerado uma estagnação. Neste ano, os números vieram ainda mais baixos.

Para o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, o fato grave da pesquisa 2012 é que dois terços das estradas têm algum problema, considerando as classificadas como regulares.

Batista atribui a piora à queda dos investimentos federais. Segundo ele, até 15 de outubro, o governo só tinha gasto 46% dos R$ 13,8 bilhões autorizados para investimentos em estradas no ano.

"O governo anuncia mais investimentos, mas isso não tem se confirmado", afirmou.

Ele ressalta que os problemas nas estradas resultam em custos. "Temos ainda 90% das estradas em pista simples e mão dupla, a maioria construída na década de 1970. O custo para o país só com as 8.500 mortes e 189 mil acidentes em rodovias federais em 2011 ultrapassa os R$ 15 bilhões."

Procurado, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) não comentou.

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