São Paulo, domingo, 01 de janeiro de 2006

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MERCADO ABERTO

Bancos lucram mais no governo Lula

O lucro dos bancos nos três anos do governo Lula foi 42% maior em termos reais do que o dos três últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Nos três anos de Lula, os bancos lucraram R$ 46,1 bilhões até setembro, enquanto no governo FHC, o lucro foi de R$ 32,3 bilhões, levando-se em conta o resultado dos três últimos anos até setembro de 2002 (o resultado foi corrigido para valores de setembro de 2005, utilizando como base o IGP-M).
O cálculo foi feito pela Austin Asis, com base nos balanços dos 53 maiores bancos do país. Os números reforçam a tese de que no governo Lula os bancos tiveram condições macroeconômicas mais favoráveis do que no governo FHC. "Não é à toa que, a cada ano, os bancos batem recordes", afirma Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Asis.
Rodrigues atribui a várias razões esse resultado. Em primeiro lugar, ao aumento do volume de empréstimos. Em novembro de 2005, o crédito alcançou 30,5% do PIB, sendo que nos cinco anos anteriores a média tinha sido de 24% do PIB.
Outro fator importante foi a alta dos juros no governo Lula, superior à média de FHC. Nos três últimos anos do governo FHC, a média da Selic foi de 18%. No governo Lula, a média dos três anos ficou em 19,6%. Os juros altos são uma boa fonte de receita das instituições financeiras.
Outro fator importante, na opinião de Erivelto Rodrigues, foi o ajuste nos bancos públicos federais realizado no governo FHC, o que os tornou mais eficientes e, portanto, mais rentáveis. São os casos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste.
Também deve ser incluído entre as razões que explicam o alto lucro dos bancos o forte crescimento da receita com serviços. Em 2002, os serviços representavam 7% da receita operacional dos bancos e, hoje, respondem por 15%. Essa receita mais do que dobrou em três anos.
Rodrigues reconhece, também, um significativo aumento da eficiência dos bancos, o que tem proporcionado o crescimento da rentabilidade. Apesar disso, ele não deixa de destacar as altas taxas de "spread" (diferença entre os juros pagos pelos bancos para captar no mercado e a taxa cobrada nos empréstimos a clientes) praticadas no Brasil. Enquanto se cobram "spreads" entre 28% a 30% no Brasil para pessoas físicas e jurídicas, fora do país a taxa é de no máximo 5%.

REPRESSÃO
As ações da Polícia Federal e da Receita Federal no combate à importação ilegal de produtos de informática contribuíram para o bom ano do setor, segundo o presidente da Abinee (componentes eletroeletrônicos), Ruy de Salles. O setor fechou o ano com crescimento de 17% e faturamento superior a R$ 24 bilhões. De acordo com Salles, as ações da PF e da Receita reduziram para 65% o chamado mercado "cinza" de microcomputadores.

CASA CHEIA
O ano de 2005 foi de bons resultados para os teatros da Broadway. Segundo o "New York Times", com base em números da Liga Americana de Teatros e Produtores, a freqüência aos teatros da região foi a maior desde 1985. Quase 12 milhões de pessoas assistiram aos espetáculos, um aumento de 6% em relação ao ano passado. Os espectadores pagaram, em média, US$ 68,86 por ingresso, quase US$ 2,75 a mais do que no mesmo período do ano passado. O faturamento dos 39 teatros da região chegou a US$ 825 milhões, um salto de mais de 10% ante 2004. "Em 2005, o crescimento foi generalizado em todos os espetáculos", afirma Jed Bernstein, presidente da liga.

OLHO NAS VANS
A Pirelli quer ampliar sua presença no segmento de pneus para veículos leves de transporte, as vans e peruas. Em 2005, a empresa lançou um novo modelo desenvolvido especialmente para esses carros. Segundo Inácio Caltabiano, diretor de produtos e competições da empresa, esse segmento é um dos que mais crescem no país. Enquanto o mercado de pneus têm crescido cerca de 9% nos últimos dois anos, entre as vans esse número chega a 17%. "As cidades já não suportam mais o transporte por caminhões, e o transporte público vive um caos em que as vans ganham espaço." Para reforçar a presença da marca e desenvolver novos produtos, a italiana investiu neste ano cerca de R$ 10 milhões no patrocínio de provas de automobilismo no Brasil. "É um importante campo de testes para nós."

MÃO NA TAÇA
Uma parceria entre a Coca-Cola e as lojas de conveniência Select marcará a distribuição de ingressos para a exposição da taça da Copa do Mundo da Fifa, no próximo dia 20, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, e no dia 22, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A partir do dia 5, na compra de produtos da Coca-Cola, o consumidor ganha dois ingressos para ver a taça original da Copa. Ao todo, 62 lojas participam da promoção.


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