São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

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A ÁGUIA POUSOU

PIB ficou em 1,4% no último trimestre de 2000; gastos dos consumidores e investimentos de empresas caem

Crescimento dos EUA é o menor em 5 anos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A economia norte-americana cresceu em seu menor ritmo em cinco anos no último trimestre do ano passado. Os investimentos em expansão dos negócios caíram pela primeira vez em mais de oito anos. O PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2000 ficou em 1,4% (taxa anualizada, isto é, se o país produzisse o ano todo à mesma taxa do terceiro trimestre, seu PIB cresceria 1,4%). Trata-se da menor alta desde o 0,8% registrado no segundo trimestre de 1995, segundo dados do Departamento de Comércio.
No ano, o PIB cresceu 5% -o melhor resultado desde a alta recorde de 7,3%, em 1984.
O desempenho não trouxe ânimo. A desaceleração da economia norte-americana fica evidenciada pelo declínio da economia na segunda metade de 2000. No primeiro semestre, ela teve crescimento de 5,9% (taxa anualizada); no segundo, de 2,8%. Segundo o relatório divulgado ontem, os gastos dos consumidores (que respondem por dois terços do PIB), subiram 2,9% no quatro trimestre, a menor alta desde 1997. No trimestre anterior, os gastos haviam crescido 4,5%.
A queda do consumo influencia o desempenho das empresas. Devido a vendas menores, muitas delas anunciam, desde o final do ano passado, planos de reestruturação, que incluem cortes de produção e de postos de trabalho. Em 2000, cerca de 180 mil trabalhadores das fábricas norte-americanas perderam seus empregos. A preocupação com o trabalho levou o índice de confiança da população na economia norte-americana, medido pelo Conference Board, a cair para seu menor nível em quatro anos este mês.
A demanda menor faz com que as companhias reduzam seus investimentos. O relatório divulgado ontem mostrou que os investimentos em negócios nos EUA caíram 1,5% no quarto trimestre de 2000 -o pior resultado desde 1991, quando o país se desvencilhava de sua última recessão. Houve queda de 4,7% nos investimentos em equipamentos e programas para computadores -a nova economia, grande responsável pela acelerada expansão americana nos últimos dez anos.
De acordo com previsão da Merrill Lynch, no acumulado de 12 meses até junho, o PIB americano deverá crescer cerca de 2% - a performance mais fraca desde 91. "Não acreditamos que o país entrará em recessão; a economia deve se recuperar na segunda metade do ano", afirmou o economista-chefe da Merrill Lynch.
No segundo semestre, o corte de um ponto percentual nos juros promovido pelo Fed este ano começará a surtir efeito na economia. Na semana passada, o presidente da instituição, Alan Greenspan, disse que neste trimestre o crescimento do país "deve estar muito próximo de zero".


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