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ESPÓLIO DA CRISE
Bush liga para Duhalde e o cumprimenta por acordo com FMI
Pobreza atinge 57,3% dos argentinos
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O presidente argentino, Eduardo Duhalde, recebeu várias notícias positivas ontem. A arrecadação de impostos subiu em janeiro,
e o superávit comercial de 2002
mais que dobrou ante 2001. Falou
também ao telefone com o presidente dos EUA, George W. Bush,
que lhe felicitou pelo "bem-sucedido acordo" com o FMI (Fundo
Monetário Internacional).
Mas Duhalde não teve tempo
para comemorar. O Indec (instituto oficial de estatísticas) revelou
que, de maio a outubro do ano
passado, cerca de 1,6 milhão de
argentinos tornaram-se pobres.
Em maio de 2002, aproximadamente 19 milhões de argentinos
eram pobres, ou seja, não recebiam o suficiente para pagar pelo
conjunto de bens e serviços considerados essenciais para a sobrevivência de uma família. A taxa de
pobreza, que em maio era de 53%
da população, passou para 57,3%
em outubro, revelou o Indec.
A piora no quadro social foi alimentada pela crise que, em 2002,
fez a economia do país encolher
mais de 10%. Nos últimos meses
do ano, indicadores mostravam
que havia sinais de melhora no
quadro econômico. Mas não foram suficientes para impedir o
crescimento da pobreza.
O FMI disse que enviará uma
missão conjunta com o Banco
Mundial para discutir o aumento
das tarifas públicas. O tema é delicado: aumenta o custo de vida e
pode aumentar a pobreza. O FMI
quer um reajuste de cerca de 50%
e o governo de, no máximo, 20%.
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