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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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ESPÓLIO DA CRISE

Bush liga para Duhalde e o cumprimenta por acordo com FMI

Pobreza atinge 57,3% dos argentinos

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, recebeu várias notícias positivas ontem. A arrecadação de impostos subiu em janeiro, e o superávit comercial de 2002 mais que dobrou ante 2001. Falou também ao telefone com o presidente dos EUA, George W. Bush, que lhe felicitou pelo "bem-sucedido acordo" com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Mas Duhalde não teve tempo para comemorar. O Indec (instituto oficial de estatísticas) revelou que, de maio a outubro do ano passado, cerca de 1,6 milhão de argentinos tornaram-se pobres.
Em maio de 2002, aproximadamente 19 milhões de argentinos eram pobres, ou seja, não recebiam o suficiente para pagar pelo conjunto de bens e serviços considerados essenciais para a sobrevivência de uma família. A taxa de pobreza, que em maio era de 53% da população, passou para 57,3% em outubro, revelou o Indec.
A piora no quadro social foi alimentada pela crise que, em 2002, fez a economia do país encolher mais de 10%. Nos últimos meses do ano, indicadores mostravam que havia sinais de melhora no quadro econômico. Mas não foram suficientes para impedir o crescimento da pobreza.
O FMI disse que enviará uma missão conjunta com o Banco Mundial para discutir o aumento das tarifas públicas. O tema é delicado: aumenta o custo de vida e pode aumentar a pobreza. O FMI quer um reajuste de cerca de 50% e o governo de, no máximo, 20%.


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