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DESENVOLVIMENTO
Medida, a ser adotada em março, faz parte de nova política do banco que visa elevar o investimento na economia
BNDES baixa juros para atrair investidor
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) irá baixar os juros cobrados em seus empréstimos, a partir
de 1º de março, para estimular os
investimentos na economia.
O BNDES tem para este ano o
maior orçamento de toda sua história, de R$ 47,3 bilhões, o qual teme que não seja totalmente executado por falta de projetos de investimentos no país.
Segundo a Folha apurou, a redução dos juros será de meio ponto percentual ao ano e incidirá nos
"spreads" (a diferença entre o
custo de captação do dinheiro e o
que é cobrado do tomador de recursos) cobrados pelo banco.
Os "spreads" cairão, em média,
de 3,5% para 3% ao ano por empréstimo.
A medida faz parte das novas
políticas operacionais do BNDES,
um documento de cerca de 30 páginas que ficou pronto recentemente e que será divulgado pelo
presidente do banco, Carlos Lessa, nos próximos dias.
Além da queda dos juros, o
BNDES também irá aumentar sua
participação no total de financiamentos às empresas.
Em média, os empréstimos do
banco que giravam em torno de
60% do investimento vão passar
para 70%.
Pequenas
Para as pequenas empresas, a
participação do BNDES poderá
ser até maior. Quanto menor a
empresa, menor também será o
juro cobrado pelo banco.
Outra inovação das novas políticas operacionais será a de impor
um prazo máximo para o banco
analisar os projetos de financiamento.
As análises não poderão exceder o limite de 210 dias. Hoje, uma
operação, para ser aprovada pelo
banco, pode levar até um ano.
Os empréstimos concedidos pelo BNDES são corrigidos pela
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Prazo, hoje em 10% ao ano) mais
o "spread", que varia de 1,5% a
5,5% ao ano, dependendo do porte da empresa e da região -na
média dos empréstimos, o
"spread" é de 3,5%. Os "spreads"
vão baixar em 5%, a partir de 1º de
março.
Marketing agressivo
As mudanças nas políticas operacionais do BNDES fazem parte
de uma série de medidas que o
banco vem adotando para elevar
o investimento na economia.
Na semana passada, Carlos Lessa jantou com o presidente da
CNI (Confederação Nacional da
Indústria), Armando Monteiro,
para apresentar os principais
pontos das novas políticas operacionais do banco. Monteiro deu o
sinal verde.
Em outubro do ano passado,
Lesa já havia levado um esboço do
projeto das novas políticas operacionais para ser discutido pela
CNI. Ele deixou o documento
preliminar para que a entidade
pudesse analisá-lo e para que
também fizesse sugestões.
Além do encontro com Armando Monteiro, Lessa almoçou também, na semana passada, com 56
empresários de vários setores e
fez um apelo para eles investirem
no país.
No encontro, Lessa preferiu dar
ênfase ao fato de o BNDES ser o
segundo maior banco de investimento do mundo, com um orçamento de R$ 47,3 bilhões para este ano -43% maior do que o realizado em 2003.
Para executar esse orçamento,
Lessa pretende que o banco seja
mais agressivo em suas proposições para estimular novos investimentos.
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