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País necessita de US$ 8 bi em investimentos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nos próximos cinco a sete
anos, o Brasil precisa investir
mais de US$ 8 bilhões para garantir a infra-estrutura necessária ao crescimento da safra,
diz o presidente do Corredor
Atlântico, Paulo Vivacqua.
Responsável pelo desenho de
importantes ferrovias, como a
Ferronorte, Vivacqua disse que
a solução para o problema de
escoamento da safra não é a
abertura de novas rodovias
nem a melhora das atuais.
A obra mais importante seria
a construção de cerca de 4.000
km de novas estradas de ferro,
que permitiriam o escoamento
da produção da nova fronteira
agrícola (as regiões Centro-Oeste e Norte e o oeste da Bahia). Essa obra custaria de US$
3 bilhões a US$ 4 bilhões.
Um dos problemas do transporte da safra no país, para ele,
é a dependência das rodovias.
Estudos na Europa mostram
que o custo de transportar por
estradas é oito vezes maior que
o de hidrovias e duas vezes
maior que o de ferrovias.
Vivacqua afirma que, com a
inauguração da ferrovia Corredor de Grãos Centroleste (liga
Brasília a Vitória), o preço de
levar uma tonelada de grão ao
porto de Vitória caiu de US$ 70
para US$ 27.
O desafio não pára por aí.
Outro US$ 1,8 bilhão é necessário para modernizar os portos,
viabilizar a navegação de cabotagem e ampliar a capacidade
das atuais hidrovias.
Para finalizar o seu projeto,
seriam necessários outros US$
2,5 bilhões para ligar o porto de
Santos, em São Paulo, ao porto
de Bayavor, no Peru. É uma
obra de 2.500 quilômetros.
A proposta de ferrovias de
Vivacqua é bem mais ambiciosa do que a prevista na PPP
(Parceira Público-Privada). O
programa de parceria entre governo e iniciativa privada prevê
a construção de apenas 1.276
km, a um custo de R$ 2,4 bilhões (cerca de US$ 1,2 bilhão).
O especialista em logística faz
ainda um alerta: "Boa parte
desse investimento depende do
governo". Para o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura),
o Estado dependerá dos recursos de empresários para as
obras. "Não vejo condições de
o Estado brasileiro alavancar
recursos do tamanho da demanda", pondera.
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