São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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País necessita de US$ 8 bi em investimentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos próximos cinco a sete anos, o Brasil precisa investir mais de US$ 8 bilhões para garantir a infra-estrutura necessária ao crescimento da safra, diz o presidente do Corredor Atlântico, Paulo Vivacqua.
Responsável pelo desenho de importantes ferrovias, como a Ferronorte, Vivacqua disse que a solução para o problema de escoamento da safra não é a abertura de novas rodovias nem a melhora das atuais.
A obra mais importante seria a construção de cerca de 4.000 km de novas estradas de ferro, que permitiriam o escoamento da produção da nova fronteira agrícola (as regiões Centro-Oeste e Norte e o oeste da Bahia). Essa obra custaria de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões.
Um dos problemas do transporte da safra no país, para ele, é a dependência das rodovias. Estudos na Europa mostram que o custo de transportar por estradas é oito vezes maior que o de hidrovias e duas vezes maior que o de ferrovias.
Vivacqua afirma que, com a inauguração da ferrovia Corredor de Grãos Centroleste (liga Brasília a Vitória), o preço de levar uma tonelada de grão ao porto de Vitória caiu de US$ 70 para US$ 27.
O desafio não pára por aí. Outro US$ 1,8 bilhão é necessário para modernizar os portos, viabilizar a navegação de cabotagem e ampliar a capacidade das atuais hidrovias.
Para finalizar o seu projeto, seriam necessários outros US$ 2,5 bilhões para ligar o porto de Santos, em São Paulo, ao porto de Bayavor, no Peru. É uma obra de 2.500 quilômetros.
A proposta de ferrovias de Vivacqua é bem mais ambiciosa do que a prevista na PPP (Parceira Público-Privada). O programa de parceria entre governo e iniciativa privada prevê a construção de apenas 1.276 km, a um custo de R$ 2,4 bilhões (cerca de US$ 1,2 bilhão).
O especialista em logística faz ainda um alerta: "Boa parte desse investimento depende do governo". Para o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura), o Estado dependerá dos recursos de empresários para as obras. "Não vejo condições de o Estado brasileiro alavancar recursos do tamanho da demanda", pondera.



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