São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Índice

Ministra vê país despreparado para formulador

DA REPORTAGEM LOCAL

A adulteração e a sonegação de impostos levaram o governo a pedir à ANP (Agência Nacional do Petróleo) a suspensão da portaria que regulamenta a atividade de formulador de gasolina A no país.
Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia, diz que o governo não é contra o formulador, mas entende que o mercado brasileiro não está preparado para conviver com a atividade. Leia entrevista com a ministra. (FF)

 

Folha - A suspensão da portaria que regulamenta a atividade de formulador criou um monopólio dessa atividade no país. Como a sra. vê isso?
Dilma Rousseff -
A ANP alegou, na época, que já tinha aprovado o pedido da Copape [agora Aster Produtora e Formuladora]. O formulador em si não é ruim, já que também existe em outros países do mundo. Só que lá fora não há indústria de liminares nem adulteração de gasolina. Isto é, não há imperfeições capazes de contaminar essa atividade.

Folha - Por que o governo suspendeu a portaria?
Rousseff -
Porque a expansão do formulador em um mercado imperfeito é extremamente danosa. Não podemos ter essa atividade no país sem antes estabilizar o mercado de combustíveis. Se não, podemos estar legalizando a fraude.

Folha - A sra. acha que foi então um erro do governo anterior criar essa atividade?
Rousseff -
O governo anterior errou, e nós vamos sofrer as conseqüências.

Folha - A ANP acredita que a suspensão da portaria que regulamenta essa atividade é temporária. É isso?
Rousseff -
Enquanto houver adulteração de combustível e sonegação o governo não vai permitir a atividade de formulador de gasolina.



Texto Anterior: Mistura explosiva: Confusão de MPs cria monopólio de gasolina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.