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Furlan ameaça taxar exportação para conter preço
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, ameaçou implementar medidas que
desagradarão aos produtores de
aço, ferro, celulose e petroquímicos, caso esses setores insistam
em elevar os preços de maneira
injustificada, conforme denúncias recebidas pelo governo. Uma
das possibilidades, se as empresas
forem intransigentes nas negociações que o governo quer iniciar, é
criar um Imposto de Exportação.
Por meio da assessoria de imprensa, Furlan disse que não tem
a intenção de criar o imposto e
que preferia conversar com os setores para chegar a um acordo.
Ressalvou, no entanto, que os reajustes de preços podem obrigar o
governo a criar a nova tarifa.
"O governo tem mecanismos de
controle se os setores se mostrarem intransigentes", disse o ministro, por meio de sua assessoria.
A ameaça do governo foi feita
durante reunião com empresários ligados à CNI (Confederação
Nacional da Indústria), anteontem. O presidente da confederação, Armando Monteiro, criticou
a idéia de criar o imposto. "Num
país que precisa aumentar as exportações e gerar saldos comerciais, a medida seria um sinal invertido", disse ontem à Folha. Na
opinião de Monteiro, o "ministro
quis dar um sinal político" para
pressionar negociações entre o
próprio setor privado. "Não acho
que vamos chegar a isso", disse.
Segundo o presidente da CNI,
seria melhor reduzir o Imposto de
Importação para possibilitar a
compra de produtos do exterior
do que tentar diminuir as exportações brasileiras.
O Ministério do Desenvolvimento tem recebido várias queixas de indústrias sobre aumentos
de preços nos setores siderúrgicos, de celulose e petroquímico.
Furlan está preocupado com empresas que pretendem aumentar
preços nos próximos meses.
Lista de preços
O ministério recebeu listas de
preços, nas quais indústrias prevêem aumentos sucessivos nos
próximos meses. Para Furlan, não
há motivos para os aumentos. Ele
afirmou aos empresários que os
reajustes baseados na variação do
dólar já foram repassados para os
compradores.
Na próxima semana, Furlan se
encontra com representantes do
setor siderúrgico para discutir o
tema. Os produtores de celulose e
de petroquímicos também serão
chamados para dar explicações.
Por que o imposto
O Imposto de Exportação é um
mecanismo para reduzir as vendas externas dos setores. Com a
redução das exportações dessas
matérias-primas, sobrará mais
produto para o mercado interno.
Assim, a tendência é o preço cair.
Hoje, o governo já aplica Imposto de Exportação sobre a venda de Wet Blue, couro semi-processado. A medida foi tomada para garantir o fornecimento do
couro para a indústria nacional e
estimular a venda de produtos de
maior valor agregado, como sapatos, em vez de matérias-primas.
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