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DESVIO
Justiça decreta a prisão preventiva de 11 suspeitos
Fraudes contra a Previdência no Rio podem chegar a R$ 3 bilhões
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça Federal no Rio de Janeiro decretou ontem a prisão
preventiva de 11 fiscais do INSS.
Eles estavam presos desde quinta-feira, mas a prisão era temporária
e o prazo acabaria ontem. Com a
nova decisão, ficarão presos por
tempo indeterminado.
Os fiscais são acusados de terem
aplicado fraudes na Previdência
que, somadas, podem chegar a R$
3 bilhões. Esse valor é o triplo do
estimado inicialmente pela força-tarefa que investiga o caso.
Segundo investigações, os suspeitos extorquiam empresas há
cerca de dez anos. Eles negociavam com as firmas o pagamento
de propinas em troca da não-aplicação de multas ou da redução do
seu valor. Os fiscais foram indiciados por formação de quadrilha e
corrupção passiva.
O número de empresas envolvidas no escândalo seria de, pelo
menos, 140. Entre elas, estariam
firmas de médio e grande portes,
incluindo multinacionais. Seus
nomes não foram revelados.
A prisão preventiva valerá enquanto a Justiça entender que os
acusados devem ficar detidos. Todos estão na carceragem Ponto
Zero, na zona oeste do Rio.
O Ministério Público Federal informou que deverá oferecer denúncia contra os fiscais ainda nesta semana. "Ficamos surpresos
com as provas colhidas pela Polícia Federal. O rombo, ao que parece, é o triplo do que se projetava
com as investigações preliminares", afirmou o procurador da República Fábio Aragão.
A descoberta do suposto esquema ocorreu em 2004, quando os
procuradores federais receberam
a denúncia de um funcionário demitido de uma empresa. Segundo
ele, um dos fiscais teria recebido
R$ 300 mil para fechar os olhos
aos débitos da firma envolvida.
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