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PODER FEMININO
Gastos sobem 51% em
2 anos, contra alta de 45% no mercado total
Mulheres já encostam nos homens no uso do cartão
DA REPORTAGEM LOCAL
A expansão dos gastos no cartão de crédito nos últimos três
anos vem sendo puxada principalmente pelas mulheres: em
2004, elas gastaram R$ 44,6 bilhões, 51,2% a mais do que em
2002. A alta é superior ao crescimento do mercado como um todo, de 44,8% nessa comparação.
É o que mostra um estudo divulgado ontem pela emissora de
cartões Credicard, realizado com
base em dados fornecidos pelas
bandeiras e em uma pesquisa
com 5.000 pessoas em todo o país.
O levantamento da empresa é
realizado de dois em dois anos,
por isso a empresa não divulgou
dados relativos a 2003.
No final do ano passado, dos
52,7 milhões de cartões em circulação no mercado brasileiro, 25,4
milhões estavam em poder das
mulheres (48%), menos que os
27,3 milhões nas mãos de homens. A participação feminina
era de 47% em 2002.
Tomando-se a participação em
relação à PEA (População Economicamente Ativa), elas ganham:
41% das brasileiras que trabalham
ou estão procurando emprego
são portadoras de cartão de crédito, ante 31% dos brasileiros. São
39,7 milhões de homens na PEA,
ante 31,1 milhões de mulheres.
"Essa alta do uso do cartão por
parte das mulheres ocorre por
causa da participação cada vez
mais efetiva da mulher na economia, como uma alta na inserção
no mercado de trabalho", diz
Marcelo Alonso, superintendente
de assuntos corporativos da Credicard. "A partir daí a possibilidade de ingressar no mercado de
cartões de crédito aumenta".
A participação feminina no faturamento total também aumentou: era de 42,5% em 2002 e foi de
44,4% em 2004. Quando o assunto é gasto médio por compra, as
compras dos homens ainda são
de valores mais elevados: em
2002, a despesa média masculina
por operação, de R$ 78 em 2002,
saltou para R$ 84 em 2004; no
mesmo período, o consumo das
mulheres foi de R$ 69 para R$ 76.
"A mulher gasta em média um
pouco menos, tem ainda um nível
de renda menor e tende a usar o
cartão para transações na média
de valor um pouco mais baixo do
que os homens", diz Alonso.
Segundo dados divulgados ontem pela Credicard, a maior parte
das mulheres usuárias (61%) tinha em 2004 renda máxima de R$
999, ante 48% dos homens. Além
disso, 22% das brasileiras portadoras de cartão ganhavam mais
de R$ 1.500 no final do ano passado, ante 35% dos homens.
De acordo com Alonso, o tíquete médio, para homens ou mulheres, não dá grandes saltos porque
cada vez mais as pessoas usam o
"plástico" para compras de menor valor. "Muita gente usa o cartão para usos cotidianos", diz.
Distribuição de gastos
O levantamento também mostra que 79% das mulheres usam o
cartão para comprar roupas, enquanto 55% o utilizam nos supermercados. No setor de farmácia, o
dinheiro de plástico é usado por
47% das consumidoras. No setor
de eletrodoméstico, esse percentual foi de 45%.
Segundo a pesquisa, a distribuição de gastos dos homens é bastante similar à das mulheres.
Não por acaso, o cartão de crédito é disparado a forma de pagamento preferida das mulheres:
69% colocam o cartão de crédito
em primeiro lugar, ante 65% dos
homens ouvidos na pesquisa.
(MAELI PRADO)
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