|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARGA TRIBUTÁRIA
Líderes empresariais dizem que federação tem "posição dúbia"; Paulo Skaf nega suposto movimento
Fiesp é acusada de esvaziar ação antiimposto
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Algumas das principais lideranças da Frente Brasileira contra a
MP 232 afirmam que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo) está atuando para
"esvaziar" o movimento contra
mais um aumento de impostos.
Segundo essas lideranças, a
Fiesp estaria adotando uma "posição dúbia" e tentando "fatiar" as
negociações em torno da MP.
O presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, nega a suposta movimentação. "Fomos os primeiros entre os
primeiros a reconhecer os efeitos
negativos da MP. Essa "ponte" não
tem dono", afirma Skaf sobre a
paternidade do movimento.
Sem querer ser identificados, alguns dos principais líderes da
frente disseram à Folha que as relações próximas entre Skaf e o governo federal estão por trás da
movimentação da entidade.
A Fiesp, afirmam, estaria negociando pontos de interesse dos industriais que acabariam por esvaziar a estratégia conjunta de cerca
de 1.500 membros da frente para
derrubar integralmente a MP.
Mais de um dos líderes da frente
usou um trocadilho com o nome
de Skaf para dizer que ele "se escafedeu" da posição conjunta dos
empresários. O presidente da
Fiesp afirma que é "preciso tomar
cuidado, pois o que não interessa
são os ônus da medida provisória,
mas os bônus".
A MP 232 elevou a CSLL e o IR
das empresas prestadoras de serviços, ao mesmo tempo em que
corrigiu em 10% o limite de isenção da tabela do Imposto de Renda. Para Skaf, o reajuste da tabela
do IR é "o bônus" da medida.
Outro empresário envolvido no
movimento afirma que a grande
visibilidade produzida pela frente
e a reação da sociedade contra a
MP 232 são a razão da "ciumeira"
entre os líderes setoriais.
No último dia 15 de fevereiro,
vários grupos civis e empresariais
lançaram em São Paulo a "Frente
contra a MP" em um ato público
que reuniu mais de mil pessoas.
Na ocasião, dezenas de líderes
de entidades, entre elas a Associação Comercial de São Paulo, o
Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo (Ciesp) e a Força
Sindical fizeram discursos inflamados contra a MP.
Skaf compareceu ao evento, inclusive para uma entrevista coletiva. Mas o presidente da Fiesp não
subiu ao palco onde dezenas de
empresários, de mãos dadas, cantaram o Hino Nacional.
Texto Anterior: Grandes lojas vão às compras: Dona da rede Macy's adquire concorrente Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice
|