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CRÉDITO
CUT pressiona por tarifa zero para associados
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do empréstimo com
desconto em folha, trabalhadores
ligados à CUT estão cobrando
mais um benefício do setor financeiro -a tarifa bancária zero.
Os metalúrgicos da Ford, da
unidade de São Bernardo do
Campo (ABC paulista), devem fechar acordo com dois bancos que
atuam na fábrica. Os trabalhadores vão avaliar as propostas de
acordo durante assembléia que
ocorre hoje na montadora.
O Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC (CUT) negocia desde
agosto com empresas e bancos da
região o fim das tarifas bancárias
cobradas nas contas-salário.
Na Volkswagen, representantes
da empresa e do sindicato devem
se reunir hoje para fechar acordo
com o Unibanco -banco que paga os salários da fábrica de São
Bernardo. Segundo o sindicato,
estão pendentes três tarifas que o
banco quis manter e os metalúrgicos não aceitaram.
Levantamento do sindicato
mostra que, desde o início da
campanha, já conquistaram isenção de tarifas bancárias 2.000 funcionários da Mahle Metal Leve,
700 da Panex, 400 da Federal Mogul, 400 da Rassini, 200 da Detroit,
380 da IGP, 213 da Makita e 1.300
da Arteb.
Segundo estimativa da CUT, do
Dieese e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, um correntista
paga, em média, de R$ 255 a R$
323 por ano para manter sua conta corrente em um banco.
"Os valores cobrados e a evolução das tarifas afetam, e muito, a
renda dos trabalhadores", informa o presidente do sindicato, José
Lopez Feijóo.
Descontos nos extratos
No caso de um metalúrgico da
Arteb, onde o salário médio é de
R$ 1.470, a tarifa zero representa
um aumento real de 0,5%.
Pelos cálculos das entidades, as
tarifas consomem cerca de 2% do
salário líquido depositado na
conta do trabalhador. Segundo o
sindicato, no extrato mensal do
mês de novembro de um trabalhador da metalúrgica Federal
Mogul foram encontradas 14 descontos de tarifas -o equivalente
a R$ 24,20 -o que representou
1,44% do salário desse trabalhador (R$ 1.690).
Em outro extrato analisado, de
um metalúrgico com salário de
R$ 700, foram descontadas oito
tarifas no mês, e o trabalhador pagou R$ 16 -ou 2,82% do salário
depositado na conta.
O Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC deve intensificar a campanha para a tarifa zero e pressionar as empresas a trocar de banco, caso as instituições bancárias
não aceitem eliminar as tarifas. A
entidade informa que atualmente
são 53 as principais tarifas cobradas pelos bancos -dessas, pelo
menos 33 comprometem a renda
mensal do trabalhador.
O deputado Vicente Paulo da
Silva (PT-SP) apresentou projeto
ao Congresso pedindo a isenção
de tarifas bancárias para todas as
contas bancárias funcionais
-aquelas contas abertas pelo
empregado apenas com a finalidade de receber seus salários e cujo banco tenha sido determinado
pelo empregador.
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