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BANCOS
Lucro pré-impostos no Brasil vai a US$ 281 mi; lucro total é o maior do Reino Unido, e britânicos cobram "responsabilidade social"
Ganhos do HSBC no país crescem 238%
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
Os ganhos das operações do
HSBC no Brasil mais do que triplicaram no ano passado. O lucro
bruto (antes do desconto de impostos) do banco no país saltou
de US$ 83 milhões, em 2003, para
US$ 281 milhões, em 2004, um
crescimento de 238,5%.
Esse dado foi divulgado ontem
em Londres junto com as demais
informações referentes ao resultado anual consolidado da HSBC
Holdings. Entre as cinco metas
globais para 2005 apresentadas
pelo presidente do banco, sir John
Bond, está a intenção de crescer
mais no México, na Índia, no Brasil e na China.
"Esses países apresentam perspectivas muito boas para o futuro", afirmou Bond, durante coletiva de imprensa para apresentação dos resultados do HSBC.
Questionado sobre as perspectivas do banco em países emergentes, Bond afirmou que vê oportunidades para "forte crescimento
da demanda por serviços financeiros" em mercados em desenvolvimento, como China e Brasil.
"Fizemos grandes investimentos no Brasil no ano passado. Só
investimos nos países nos quais
temos confiança", disse.
O lucro de US$ 281 milhões do
HSBC no Brasil-que foi contabilizado antes de descontados impostos e não inclui possíveis
amortizações de ágios-é calculado com base nos critérios contábeis internacionais. O resultado
em reais, auferido de acordo com
normas de contabilidade em vigor no Brasil, será divulgado no
dia 9. Ele será suficiente para
manter a instituição na posição de
sétimo maior banco do país.
Em 2004, o HSBC -que já havia comprado a Losango- adquiriu outras duas financeiras no
Brasil: a Credimatone e a Valeu.
As financeiras, que agora passam
por processo de consolidação,
têm 17,5 milhões de clientes. O
banco tem 3,5 milhões.
Lucro global
O lucro bruto global da HSBC
Holdings anunciado ontem foi de
US$ 17,6 bilhões-o maior já
atingido por um banco britânico
até hoje. Assim como no Brasil, os
bancos no Reino Unido também
têm sido alvo de críticas por causa
de seus altos ganhos.
O comentário mais comum é o
de que as instituições financeiras
têm conseguido grandes lucros às
custas do endividamento crescente da população, e políticos britânicos cobram dos bancos uma
postura "socialmente mais responsável". No caso do HSBC, a
principal "defesa" do banco é que
seu resultado não foi concentrado
no Reino Unido.
Bond destacou que os desempenhos de todas as principais regiões onde o banco opera contaram para o crescimento de 37%
do lucro líquido, e a maior parte
do retorno foi conseguido com as
operações internacionais.
A contribuição da América do
Sul-que representa a menor fatia dos ganhos do banco no exterior- para o resultado do HSBC
deu um salto no ano passado. Em
2003, a região havia sido responsável por 0,9% dos ganhos totais
da instituição. Já em 2004, os lucros conseguidos nos países sul-americanos onde o banco está
presente-Brasil, Argentina,
Uruguai, Venezuela e Chile-
equivaleram a 2,3% do retorno
global do HSBC, num total de US$
444 milhões.
Além do Brasil, a Argentina
também contribuiu para esse
crescimento. O lucro bruto do
HSBC no país vizinho passou de
US$ 48 milhões para US$ 156 milhões. Segundo Bond, o HSBC decidiu manter suas operações na
Argentina, apesar dos prejuízos
que teve no país com a crise seguida de calote em 2001, e permanecerá no país enquanto conseguir
manter "negócios satisfatórios"
para os acionistas.
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