São Paulo, sábado, 01 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa elimina ganhos do ano no último pregão do mês

Com cenário externo negativo, Bovespa cai 3,15% e acumula perda de 0,62% em 2008

Apesar da queda, Bolsa fecha fevereiro com alta de 6,7% e é a melhor aplicação do período; dólar sofre desvalorização de 3,98%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de o último dia do mês ter sido negativo, de forte queda, a Bovespa teve expressiva valorização de 6,72% em fevereiro. Isso fez das ações, na média, a melhor forma de investimento do mês.
A queda de 3,15% de ontem fez a Bolsa voltar a ficar no vermelho em 2008 (-0,62%).
Na outra ponta, comprar dólares como forma de investir as economias foi a opção menos interessante do mês. Mesmo com a alta de 1,32% de ontem, o dólar registrou depreciação de 3,98% no mês recém-encerrado, vendido a R$ 1,691.
As aplicações que seguem os juros renderam menos de 1% em fevereiro. A renda fixa deu rentabilidade média de aproximadamente 0,95%. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) pagaram cerca de 0,84%.
Ivan Guetta, gestor de renda variável da GAP Asset Management, afirma que "o atual nível da Bolsa realmente exige certa cautela". "Porém o horizonte de longo prazo ainda é positivo." O gestor destaca as ações de siderúrgicas e incorporadoras como boas opções de investimento nesse período.
A Bovespa encerrou a 63.489 pontos e se distanciou de seu recorde histórico (65.790 pontos). Na quinta-feira, havia registrado 65.555 pontos.
O pregão de ontem foi impactado pelo cenário norte-americano, que acabou com o bom humor dos investidores. As Bolsas de Valores sofreram quedas expressivas em diferentes cantos do mundo.
Em Wall Street, houve queda de 2,51% no índice Dow Jones -que reúne as 30 ações americanas mais negociadas. A Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de empresas de alta tecnologia, caiu 2,58%. A Bolsa de Londres recuou 1,36%, e a de Tóquio caiu 2,32%.
Mesmo que ontem a Bovespa tenha colado no mercado internacional, em fevereiro seu desempenho foi muito melhor que o das outras grandes Bolsas de Valores do mundo.
No mês, o Dow Jones perdeu 3,04%; Londres teve leve alta mensal de 0,08%.
Como a Bovespa iniciou as operações de ontem contabilizando sete pregões seguidos de alta, as chances de haver uma realização de lucros -com investidores vendendo ações para embolsar ganhos acumulados- era elevada. O cenário externo negativo acentuou essa possibilidade.
No balanço final da semana, o resultado foi negativo para o índice Ibovespa, que teve recuo de 1,73%. Dos papéis que estão no índice, 38 caíram e 26 subiram na semana.
"A Bovespa vinha conseguindo se manter nos últimos dias descolada do mercado internacional. Mas ontem acabou acompanhando. O fato de ser fim de mês, com gestores e investidores ajustando suas carteiras, acabou influenciando", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.

Pregão de baixas
A queda forte de papéis de alta liquidez não permitiu que a Bovespa nem esboçasse uma recuperação ontem. Durante todo o pregão, o índice Ibovespa (que agrupa as 64 ações mais negociadas) operou em baixa.
No topo das perdas, apareceram ações como a PN da Petrobras, com recuo de 5,45%, e a PNA da Vale, que caiu 5,02%.
Esses papéis costumam estar entre os primeiros a serem vendidos em momentos de realização de lucros, devido à sua alta liquidez -ou seja, é mais fácil se desfazer deles que de outros papéis.
Ações de companhias como Petrobras e Vale são muito negociadas pelos investidores estrangeiros, que, segundo operadores, desfizeram-se de ações brasileiras ontem. Os papéis ON (ordinário) de Petrobras e Vale tiveram desempenho ainda piores, com perdas de 6,14% e 6,10%, respectivamente.
Entre as maiores empresas de capital aberto da Bolsa, outras que tiveram resultado ruim foram as ações preferenciais de Itaú e Bradesco, que caíram 4,09% e 2,79%.


Texto Anterior: Termômetro: Confiança da indústria segue alta, diz FGV
Próximo Texto: S&P pode dar em um ano "grau de investimento"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.