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Bolsa elimina ganhos do ano no último pregão do mês
Com cenário externo negativo, Bovespa cai 3,15% e acumula perda de 0,62% em 2008
Apesar da queda, Bolsa fecha fevereiro com alta de
6,7% e é a melhor aplicação do período; dólar sofre
desvalorização de 3,98%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de o último dia do
mês ter sido negativo, de forte
queda, a Bovespa teve expressiva valorização de 6,72% em fevereiro. Isso fez das ações, na
média, a melhor forma de investimento do mês.
A queda de 3,15% de ontem
fez a Bolsa voltar a ficar no vermelho em 2008 (-0,62%).
Na outra ponta, comprar dólares como forma de investir as
economias foi a opção menos
interessante do mês. Mesmo
com a alta de 1,32% de ontem, o
dólar registrou depreciação de
3,98% no mês recém-encerrado, vendido a R$ 1,691.
As aplicações que seguem os
juros renderam menos de 1%
em fevereiro. A renda fixa deu
rentabilidade média de aproximadamente 0,95%. Os CDBs
(Certificados de Depósito Bancário) pagaram cerca de 0,84%.
Ivan Guetta, gestor de renda
variável da GAP Asset Management, afirma que "o atual nível
da Bolsa realmente exige certa
cautela". "Porém o horizonte
de longo prazo ainda é positivo." O gestor destaca as ações
de siderúrgicas e incorporadoras como boas opções de investimento nesse período.
A Bovespa encerrou a 63.489
pontos e se distanciou de seu
recorde histórico (65.790 pontos). Na quinta-feira, havia registrado 65.555 pontos.
O pregão de ontem foi impactado pelo cenário norte-americano, que acabou com o bom
humor dos investidores. As
Bolsas de Valores sofreram
quedas expressivas em diferentes cantos do mundo.
Em Wall Street, houve queda
de 2,51% no índice Dow Jones
-que reúne as 30 ações americanas mais negociadas. A Bolsa
eletrônica Nasdaq, dos papéis
de empresas de alta tecnologia,
caiu 2,58%. A Bolsa de Londres
recuou 1,36%, e a de Tóquio
caiu 2,32%.
Mesmo que ontem a Bovespa
tenha colado no mercado internacional, em fevereiro seu desempenho foi muito melhor
que o das outras grandes Bolsas
de Valores do mundo.
No mês, o Dow Jones perdeu
3,04%; Londres teve leve alta
mensal de 0,08%.
Como a Bovespa iniciou as
operações de ontem contabilizando sete pregões seguidos de
alta, as chances de haver uma
realização de lucros -com investidores vendendo ações para embolsar ganhos acumulados- era elevada. O cenário externo negativo acentuou essa
possibilidade.
No balanço final da semana,
o resultado foi negativo para o
índice Ibovespa, que teve recuo
de 1,73%. Dos papéis que estão
no índice, 38 caíram e 26 subiram na semana.
"A Bovespa vinha conseguindo se manter nos últimos dias
descolada do mercado internacional. Mas ontem acabou
acompanhando. O fato de ser
fim de mês, com gestores e investidores ajustando suas carteiras, acabou influenciando",
afirma Álvaro Bandeira, diretor
da corretora Ágora.
Pregão de baixas
A queda forte de papéis de alta liquidez não permitiu que a
Bovespa nem esboçasse uma
recuperação ontem. Durante
todo o pregão, o índice Ibovespa (que agrupa as 64 ações mais
negociadas) operou em baixa.
No topo das perdas, apareceram ações como a PN da Petrobras, com recuo de 5,45%, e a
PNA da Vale, que caiu 5,02%.
Esses papéis costumam estar
entre os primeiros a serem vendidos em momentos de realização de lucros, devido à sua alta
liquidez -ou seja, é mais fácil
se desfazer deles que de outros
papéis.
Ações de companhias como
Petrobras e Vale são muito negociadas pelos investidores estrangeiros, que, segundo operadores, desfizeram-se de ações
brasileiras ontem. Os papéis
ON (ordinário) de Petrobras e
Vale tiveram desempenho ainda piores, com perdas de 6,14%
e 6,10%, respectivamente.
Entre as maiores empresas
de capital aberto da Bolsa, outras que tiveram resultado
ruim foram as ações preferenciais de Itaú e Bradesco, que
caíram 4,09% e 2,79%.
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