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Carga tributária subiu
em 2004, diz instituto
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A carga tributária brasileira bateu novo recorde em 2004, atingindo R$ 648 bilhões, ou 36,64%
do PIB (Produto Interno Bruto).
O valor e o percentual constam de
levantamento divulgado ontem
pela liderança do PSDB na Câmara dos Deputados.
O aumento é de 1,41 ponto percentual em relação a 2003, primeiro ano do governo Lula, quando
os impostos cobrados representaram 35,23% do PIB.
A estimativa do PSDB é superior à previsão divulgada no começo do mês passado pelo ministro José Dirceu (Casa Civil). Segundo ele, a carga tributária de
2004 ficou em 35,45% do PIB. O
número oficial deverá ser divulgado pela Receita Federal neste mês.
O advogado Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário), calculou quanto a
Receita vai divulgar de carga tributária para 2004: 35,61% (em
2003, 35,54%).
Ontem, Amaral divulgou o estudo do IBPT apontando que a
carga tributária (total de impostos
pagos pelos contribuintes) foi de
36,74% do PIB no ano passado.
O resultado de 2004 já era esperado, devido às decisões do governo federal em 2003 com reflexos
no ano passado. Assim, os 36,74%
representaram mais 1,20 ponto
percentual em comparação aos
35,54% da carga fiscal de 2003.
Somente no ano passado, os três
níveis de governo ficaram com R$
650,149 bilhões de todos os contribuintes, diz o IBPT. Isso representou R$ 1,776 bilhão em cada
um dos 366 dias do ano (2004 foi
bissexto); R$ 74 milhões por hora;
R$ 1,23 milhão por minuto; ou R$
20,5 mil por segundo.
Com o PIB divulgado ontem
(US$ 605 bilhões), o Brasil está
apenas no 12º lugar entre as 16
maiores economias mundiais, segundo a consultoria GRC Visão.
Apesar disso, "a carga tributária
brasileira só perde para as da
França e da Itália, entre os países
que têm PIB maior do que o do
Brasil", diz Amaral. Países como a
Suécia e a Noruega tem carga
maior, mas o PIB é menor.
A grande vilã do aumento da
carga tributária em 2004 foi a Cofins, cuja receita passou de R$
65,676 bilhões em 2003 para R$
79,203 bilhões em 2004 (valores a
preços de dezembro de 2004, deflacionados pelo IPCA). O peso da
Cofins entre as receitas federais
subiu de 21,78% em 2003 para
23,74% no ano passado.
Colaborou Marcos Cézari,
da Reportagem Local
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