JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Pequenos produtores do Nordeste ganharão na próxima quinta-feira mais uma chance de comercializar seus produtos, quando será oficializada a Ética, mais nova empresa do país voltada ao comércio solidário.
Resultado de uma parceria entre o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e organizações não-governamentais (ONGs), a Ética nasce com um investimento total de US$ 3 milhões. Tem negócios acertados com Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar. Outros contratos estão em estudo com supermercados nordestinos e com a rede de móveis Tok & Stok.
Fora do Brasil, há acordos de venda fechados com lojas da Alemanha, da Áustria, da Suíça, da Holanda, da Bélgica, de Luxemburgo e da Itália.
Na lista de produtos comercializados pela Ética, figuram artesanato, brinquedos pedagógicos e agricultura orgânica. Por enquanto, estão credenciados produtores de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, mas a intenção da Ética é conquistar gente de todo o Brasil -tanto para comprar quanto para vender.
"Para nós, a Ética é a esperança de divulgar nosso trabalho no Brasil e no exterior. Se não fosse nossa parceria com as ONGs, já teríamos fechado as portas", diz Mário Sérgio Trajano, diretor financeiro da Art Gravatá, uma cooperativa a 84 quilômetros de Recife. Lá, nove pessoas fazem brinquedos pedagógicos.
O comércio solidário é aquele em que pequenos produtores vendem sua mercadoria a consumidores preocupados com a existência de relações éticas e solidárias em toda a cadeia produtiva. Hoje, movimenta por ano mais de US$ 230 milhões na Europa e cerca de US$ 100 milhões nos Estados Unidos.


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