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RELAÇÕES PERIGOSAS
PF havia requerido detenção de banqueiro e da presidente da Brasil Telecom por não terem prestado depoimento
Justiça nega pedido de prisão de Dantas
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O juiz Luiz Renato Pacheco
Chaves, da 5ª Vara Federal de São
Paulo, indeferiu ontem um pedido de prisão do banqueiro Daniel
Dantas, do Opportunity, e da executiva Carla Cicco, presidente da
Brasil Telecom. O pedido de prisão havia sido pela Polícia Federal
e pelo Ministério Público Federal.
O juiz determinou que os advogados de Dantas e de Cicco forneçam em juízo, em um prazo de 48
horas, a data, o horário e o local
em que os dois possam receber a
intimação da autoridade policial.
O pedido de prisão foi motivado
pelo fato de a Polícia Federal não
ter localizado nem Dantas nem
Cicco para depor, após várias tentativas. O juiz preferiu dar um
prazo a Dantas e Cicco.
Dantas e Cicco são investigados
em inquérito policial que tramita
na 5ª Vara da Justiça Federal em
São Paulo e que tem como foco
atos ilícitos praticados pela empresa de investigação Kroll e que
teriam sido utilizados também
para obter informações destinadas à Brasil Telecom e ao Opportunity.
Dantas e Cicco estão em viagens
a negócios no exterior. Os advogados do Opportunity e da Brasil
Telecom, Antonio Carlos de Almeida Castro e Nélio Machado,
classificaram o pedido da Polícia
Federal como "excesso", "sem
fundamento" e "absurdo".
De acordo com Castro, o único
contato feito pela Polícia Federal,
na tentativa de convocar Dantas
para depor ocorreu no último dia
9 de março, quando ele já estaria
em Londres, em viagem de negócios que também se estendeu a
Nova York, cidade na qual ele ainda estaria.
"Esses pedidos não têm nenhum fundamento. São um absurdo. Há uma petição nossa [advogados de defesa] informando
que eles estariam fora do país por
conta dos negócios. Temos interesse em que eles prestem depoimento. Com esse fato [pedido de
prisão apresentado à Justiça], vamos procurar a Polícia Federal e
nos colocar à disposição para trazê-los de volta, para prestar depoimento", afirmou Castro.
Conforme revelou a Folha, em
julho passado, a Brasil Telecom
contratou a Kroll para investigar a
Telecom Italia, com a qual trava
batalhas judiciais. As práticas da
Kroll no Brasil, conforme revelou
a investigação da Polícia Federal,
incluem pagamento de servidores
públicos por informações reservadas.
Colaborou Guilherme Barros,
colunista da Folha
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