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Dólar sobe 3,7% e lidera aplicações
Desde agosto moeda não era campeã do ranking mensal de investimentos; Bolsa fica em último lugar, com queda de 3,97%
Poupança dá retorno de
0,54% em março, e fundos DI, de 0,88%; dólar encerra 1º trimestre com queda de
1,35%, e a Bolsa, de 4,57%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
As turbulências nos mercados levaram as aplicações em
moedas, como o euro e o dólar,
a liderar o ranking dos investimentos em março. No mês passado, o dólar comercial subiu
3,67%, o que fez a moeda saltar
de R$ 1,691 para R$ 1,753.
Foi a primeira vez que a moeda americana, que corrige os
fundos cambiais, liderou o ranking mensal das aplicações desde agosto do ano passado,
quando subiu 4,3%.
O mesmo aconteceu com o
euro, que subiu ainda mais:
7,96%, voltando à marca de R$
2,7584. No caso, o euro teve valorização em relação ao dólar,
que perde valor ante as principais moedas do mundo. No mês
passado, o euro subiu 4,77% em
relação ao dólar.
No Brasil, o motivo da alta
tanto em março como em agosto foi o mesmo: a crise faz o investidor estrangeiro vender
aplicações, seja pela aversão ao
risco, seja para recompor perdas em seus países de origem.
Pelo mesmo motivo, aplicar
em ações foi o pior investimento em março. O Ibovespa perdeu 3,97% no mês passado. Foi
o segundo mês de perdas em
2008, só interrompido pela alta
de 6,7% em fevereiro. No ano, a
Bolsa já perde 4,57%.
"No Brasil, as aplicações
cambiais acabam reagindo ao
cenário conturbado nos mercados. Não estou otimista com a
Bolsa neste ano. Quem tem
pouco pode comprar ao longo
das baixas, mas quem tem muito deve ver se vale a pena ficar",
disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.
"Risco é para horizonte de
longo prazo. Quando o investidor coloca parte de seu patrimônio em risco, ele deve ter a
noção de que má notícia acontece e que o tempo de recuperação é sempre imponderável. Na
hora do tiroteio, o melhor é deitar e ficar quieto no chão. Se
tentar sair correndo no meio,
provavelmente o dano será
maior do que ficar esperando a
turbulência passar. E só pode
ficar quieto, esperando passar,
quem não precisa desse dinheiro para o orçamento e para pagar compromissos. O montante
em risco não pode ser alto. Aí,
entra em pânico, pede resgate,
realiza perda, espera quando o
mercado se recuperar e entra
de novo na alta. Faz tudo errado", disse Marcia Dessen, consultora da Risk Management,
de investimentos pessoais.
O investidor que se refugiou
em aplicações com ganho de juros teve valorização de 0,89%
nos CDBs (grandes valores) dos
bancos comerciais. Os que preferiram os fundos DI conseguiram um retorno médio mensal
de 0,88%, e os que foram para
os fundos de renda fixa, que
aplicam em títulos prefixados,
levaram 0,79%. A poupança, a
única aplicação isenta de impostos, teve retorno médio de
0,54% em março.
Balanço trimestral
No primeiro trimestre, o ouro foi a aplicação mais rentável,
com alta de 6,4%, também por
conta da crise. Bolsa e dólar foram investimentos de risco,
que deram perdas de 4,57% e de
1,35%, respectivamente. Os
CDBs deram retorno de 2,77%,
e os fundos DI, de 2,64%.
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