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"Cada um cuide do seu quintal", diz Everardo
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, disse que nenhuma das 680 toneladas de produtos piratas destruídos recentemente pela instituição foi fabricada ou tinha como destino o Brasil.
Segundo ele, cerca de 10 toneladas
desse total haviam sido embarcadas no porto de Nova York. "É
bom cada um cuidar do seu quintal", criticou o secretário.
A Receita é um dos órgãos que
faz parte de um comitê de combate à pirataria localizado no Ministério da Justiça. Os produtos destruídos pela Receita foram
apreendidos ao tentarem cruzar
as fronteiras secas (por terra).
A pirataria no Brasil está associada à economia informal e a solução para o problema não depende de ações isoladas, mas do
esforço de toda a sociedade, de
acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
Ontem, o Itamaraty divulgou
uma declaração em que afirma
que o governo tem se esforçado
para combater a pirataria.
O Brasil figura na lista norte-americana de países que desrespeitam a propriedade intelectual
desde 1989. A partir de 1995, passou a constar da relação de países
que merecem atenção ("watch
list"). Neste ano, porém, o país foi
rebaixado para a lista de países
que merecem atenção prioritária
("priority watch list").
Segundo o Itamaraty, no ano
passado o governo criou um comitê interministerial para combater a pirataria.
Segundo o Itamaraty, até 1998,
sob o amparo da Lei de Comércio
de 1974, os EUA chegavam a aplicar sanções contra mercados que
fossem identificados como países
que não cumpriam regras.
Em 1999, a União Européia
questionou na OMC (Organização Mundial do Comércio) a prática americana de impor retaliações sem consultar a OMC.
Brasil, Colômbia, Índia e Israel
foram partes interessadas no
questionamento da UE. Os EUA
se comprometeram a não aplicar
mais retaliações comerciais sem a
autorização da OMC.
De acordo com a embaixada
norte-americana, os EUA nunca
aplicaram retaliações comerciais
a países que estejam na "watch
list" ou na "priority watch list". As
sanções teriam sido aplicadas devido a outras práticas comerciais
consideradas ilegais pelos EUA.
A Lei de Patentes brasileira, segundo o Itamaraty, está de acordo
com as regras da OMC.
Colaborou SÍLVIA MUGNATTO, da Sucursal de Brasília
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