São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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CUT e Força Sindical levam disputa sobre CLT para festa do 1º de Maio

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As duas maiores centrais sindicais do país, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical, levam hoje aos palanques do 1º de Maio as rivalidades na discussão da reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Com dez atos na Grande São Paulo e mais de cem manifestações previstas nas principais cidades do país, a CUT optou por descentralizar suas comemorações para debater o projeto de lei que permite a flexibilização da legislação trabalhista. Foram gastos cerca de R$ 400 mil, bancados pelos sindicatos filiados à central, informou a direção da CUT.
"A idéia é repetir o calendário de protestos que aconteceu no dia 21 de março em todo o país para mostrar que o trabalhador não quer a retirada de direitos, como prevê o projeto que está no Senado", disse o presidente da CUT, João Felício. Pelo projeto, aprovado na Câmara no final de 2001, as negociações coletivas podem se soprepor à legislação trabalhista.
A Força Sindical espera atrair 1,5 milhão de trabalhadores na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo), onde acontece a megafesta preparada há seis meses pela central. Serão sorteados dez carros e cinco apartamentos durante os shows de mais de 30 artistas. A central também faz shows em oito Estados -Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com o slogan "Um Brasil mais justo, mais emprego, mais salário", a Força defende a mudança na CLT como alternativa para fortalecer os sindicatos e diminuir o número de trabalhadores sem carteira assinada.
O custo do evento em São Paulo, estimado em R$ 2,5 milhões, foi pago em parte por empresas, que compraram cotas de patrocínio de R$ 50 mil a R$ 350 mil, e por sindicatos associados à Força, que pagaram entre R$ 7.500 e R$ 30 mil. Entre as empresas que pagaram as cotas mais altas estão Caixa Econômica Federal, Nestlé, Petrobras e Telefônica.
"Além de shows e prêmios, os trabalhadores vão ter a oportunidade de saber um pouco sobre as propostas de emprego e salário dos candidatos à Presidência da República", disse o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva. Durante a festa, a Força exibirá vídeos dos presidenciáveis nos dez telões, de 40 metros quadrados cada, que serão usados na festa.



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