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MERCADO FINANCEIRO
No mês passado, indicador subiu 19,5%, contra os 22% verificados no mês dos atentados aos EUA
Risco-país tem maior alta desde setembro
DA REPORTAGEM LOCAL
Piora aos olhos do investidor
internacional a situação do Brasil.
Os títulos da dívida externa brasileira e o risco-país se deterioram
há duas semanas, desde que houve o novo agravamento da situação na Argentina. A mais recente
crise no país vizinho teve como
consequência a queda de outro
ministro da Economia e novo período de feriados bancários.
A deterioração foi intensificada
pelas pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano, que
mostram o crescimento do pré-candidato Lula (PT) na preferência do eleitorado.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, fecharam em
baixa de 1,19% ontem. Em 15 dias,
já se desvalorizaram cerca de 5%.
O risco-país do Brasil, medido pelo índice Embi+, do JP Morgan,
subiu mais 3,88% apenas ontem.
Em abril, o indicador acumulou
alta de 19,5%. Não subia tanto em
um mês desde os 22% de alta de
setembro do ano passado, quando houve os atentados terroristas
aos Estados Unidos.
O nível do índice, no entanto,
está bem abaixo dos piores momentos de 2001, quando superou
os 1.100 pontos. Fechou ontem
em 857 pontos, contra os 717 verificados no último dia de março.
Nos mais difíceis momentos da
crise argentina, em novembro e
dezembro passados, quando houve a queda do presidente Fernando de la Rúa e o fim da paridade
cambial, que vigorou no país por
quase 11 anos, o risco-país brasileiro caiu, enquanto o argentino
explodia. Houve o então chamado descolamento das economias
dos dois países. Contribuíram para a mudança de percepção dos
investidores estrangeiros as declarações do presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, na semana passada. Ele disse discordar da
avaliação de que Brasil e Argentina estariam descolados.
A queda dos C-Bonds e a alta do
risco-país se intensificaram anteontem, repercutindo as declarações de Fraga e o anúncio feito pelos bancos de investimento Merrill Lynch e Morgan Stanley, que
reduziram suas recomendações
para a compra de títulos da dívida
brasileira. O motivo alegado foi a
subida de Lula nas pesquisas.
Mais uma sondagem, divulgada
ontem, que confirmou a alta de
Lula, intensificou o mal-estar. A
notícia, aliada à queda do C-Bond, reverteu a alta ensaiada pela Bolsa, que chegou a subir mais
de 1%, mas fechou com menos
0,03%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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