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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Política monetária foi essencial, diz Meirelles
O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirma que as
medidas adotadas pelo governo
depois da crise internacional
foram fundamentais para a
agência de classificação Standard & Poor's ter promovido o
país a grau de investimento.
Entre essas medidas, Meirelles citou o exemplo da condução recente da política monetária. Há pouco mais de uma semana, o BC decidiu subir a taxa
básica de juros em 0,5 ponto
percentual. A Selic passou de
11,25% para 11,75%.
A própria Standard & Poor's
citou essa alta de juros como
um dos fatores que levaram a
agência a elevar a classificação
de risco do país. A S&P considerou fundamental o fato de o
Banco Central ter elevado os
juros em um momento em que
outros países estão sendo lenientes com a inflação.
Foi um elogio direto à atuação do Banco Central, em um
momento em que a decisão da
autoridade monetária tinha sido vista com reservas pelo Ministério da Fazenda. Meirelles
preferiu não falar sobre as decisões a respeito dos juros.
Em relação ao câmbio, Meirelles diz que é cedo para medir
qual será exatamente o efeito
do grau de investimento sobre
o real. Ao mesmo tempo em
que aumenta significativamente o fluxo de entrada de recursos externos, o que contribui
ainda mais para derreter o dólar, outros fatores têm de ser levados em conta.
"O aumento de fluxo de recursos externos não é o único
fator que influencia as cotações
das diversas moedas em relação ao real", diz.
Entre outros fatores que podem influenciar o comportamento do câmbio, Meirelles citou o fato de o custo de capital
(os "spreads" no mercado financeiro internacional) ter
crescido nas economias dos
países centrais, o que pode significar um volume menor de
entrada no país em operações
de "carry-trade" (investidores
fazem empréstimo a juro mais
baixo e em moeda mais estável
e o reaplicam em países de juro
maior como o Brasil). Além disso, a liquidez diminuiu no mundo, o que é outro fator que também pode reduzir a entrada de
recursos de fora no país.
O presidente do BC citou ainda os números recentes de aumento do déficit em conta corrente. No primeiro trimestre, o
déficit em transações correntes
atingiu US$ 10,7 bilhões, praticamente atingindo a meta de
US$ 12 bilhões prevista para o
ano, o que deu um susto no
mercado e o real chegou a se
desvalorizar durante dois dias
consecutivos nesta semana.
"Todos os analistas estão
olhando com atenção a conta
corrente do país", diz.
Para Meirelles, o grau de investimento é resultado de uma
política econômica sólida, ancorada na persistência da aplicação do regime de metas da inflação, na manutenção do sistema de câmbio flutuante com a
construção das reservas elevadas e na política de superávits
primários elevados. Tudo isso,
segundo ele, é coerente com o
trabalho de redução da dívida
pública em relação ao PIB.
"Essa política gera estabilidade e previsibilidade, e isso é
fundamental para o aumento
dos investimentos no Brasil."
De acordo com Meirelles, o
grau de investimento também
deve diminuir o custo de capital do setor público e do setor
privado a médio prazo. Ou seja,
juros mais baixos. Ele prevê
ainda um ingresso maior de investimento direto estrangeiro.
"O Brasil pode ampliar sua
competitividade e ter condições de crescer a taxas mais elevadas e de forma mais sustentada", diz.
LUCRO:
BANCOS QUESTIONAM ALTA DA CSLL
A Febraban pretende entrar com uma Adin (Ação
Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal), nas próximas semanas, questionando
a MP que aumenta a alíquota da CSLL (Contribuição
Social sobre Lucro Líquido)
sobre bancos e outras instituições financeiras. "Essa
medida não respeita o princípio da isonomia, porque há
outros setores -como o de
mineração, de petróleo e gás
e de siderurgia- que são
mais lucrativos", afirma Antônio Carlos de Toledo Negrão, gerente-geral jurídico
da entidade. A MP, que foi
aprovada na Câmara anteontem, ainda precisa ser votada no Senado.
CARGA PESADA
Com o aquecimento da demanda por máquinas pesadas,
a coreana Hyundai dobrou a previsão de venda de equipamentos para a construção civil e o agronegócio. A estimativa, que era a de comercializar 1.000 unidades neste ano,
passou para 2.000. Em 2007, a empresa registrou crescimento de 196% na venda de máquinas vindas da Coréia.
Indústria do plástico diz que déficit pode chegar a US$ 1 bi neste ano
A indústria do plástico prevê
um déficit comercial de US$ 1
bilhão neste ano, caso as taxas
de crescimento de importação
e exportação de produtos plásticos transformados cresçam
no mesmo ritmo que no primeiro trimestre.
De acordo com a projeção
realizada pela consultoria MaxiQuim, que faz assessoria de
mercado, se fosse mantido o nível de crescimento das importações de plásticos transformados, as importações chegariam,
no fim do ano, a US$ 2,5 bilhões
e as exportações, a US$ 1,4 bilhão. No ano passado, o déficit
foi de US$ 579 milhões.
No primeiro trimestre, as importações aumentaram 32,3%
em relação ao mesmo período
do ano anterior e as vendas externas cresceram 12,3%.
A consultoria aponta a valorização do real, os custos competitivos no exterior e a forte
demanda no Brasil como causas do avanço da importação.
"Nossa indústria, infelizmente, não está aproveitando a
alta do consumo das famílias
no Brasil porque perde mercado para os importados", diz
Otávio Carvalho, diretor da
consultoria MaxiQuim.
DEBÊNTURE
Segundo levantamento do
Banco ABC Brasil, após o
boom de aberturas de capital, as incorporadoras imobiliárias estão usando debêntures para comprar novos terrenos. Em 2007 as
construtoras captaram R$
10,5 bilhões no mercado
acionário e R$ 1,4 bilhão por
meio de debêntures. Os recursos dos IPOs (ofertas públicas iniciais) proporcionaram capitalização expressiva das incorporadoras que
estão ampliando a oferta de
crédito aos consumidores e
até buscando fusões e aquisições.
QUENTE E FRIO
A Vale e o Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) acabam de assinar
protocolo de intenções para
desenvolver estudos sobre
os impactos das mudanças
climáticas em regiões brasileiras onde a empresa atua.
O foco será a região Norte,
onde os negócios da Vale estão em expansão.
ESTÔMAGO
Antonio Corrêa de Lacerda (PUC-SP) e Yoshiaki Nakano (FGV-SP) participam,
no dia 6, de seminário na
PUC-SP, em que vão debater
as ameaças da inflação dos
alimentos e combustíveis e
seus impactos para a economia brasileira.
PANOS QUENTES
Levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista
de Tecidos de São Paulo registrou alta de 4% nas vendas do segmento de cama,
mesa e banho em abril.
TEJO
A agência Loducca conquistou a conta da aérea portuguesa TAP.
SUSTENTÁVEL
A Direito GV traz ao Brasil
os salvadorenhos Sergi
Aguiñada e Gerson Martinez para discutir as relações
entre propriedade intelectual e desenvolvimento sustentável na terça-feira.
FORNECIMENTO
A Klabin obteve o melhor
desempenho entre os fornecedores da Tetra Pak no primeiro trimestre de 2008.
Pela quinta vez, a empresa
ocupa a primeira posição
desde que o conceito de avaliação trimestral foi implementado, no primeiro trimestre de 2000. Na seqüência aparecem a Stora Skoghall, a Billerud e a Stora
Tainionkoski.
AMPULHETA
A dois meses do encerramento do calendário de pagamento dos abonos do PIS,
a Caixa Econômica Federal
pagou 11.341.384 benefícios
com um volume de R$ 4,22
bilhões, que representam
95,18% da quantia a ser paga.
Os trabalhadores têm até o
dia 30 de junho para buscar
seu benefício nas agências
da Caixa, casas lotéricas e
correspondentes bancários.
BOLSO DE TOP
Gisele Bündchen lidera o ranking da "Forbes" das modelos mais bem pagas do mundo e repete a colocação que teve nas duas listas anteriores da revista; segundo a "Forbes", Gisele faturou US$ 35 milhões em 12 meses, mais que o dobro do que a vice-líder, a alemã Heidi Klum, com US$ 14 milhões; Adriana Lima (US$ 7 milhões) e Isabeli Fontana (US$ 3 milhões) estão em 4º e em 11º
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