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Valor é fixado por medida provisória
da Reportagem Local
O Congresso não consegue há
quatro anos deliberar sobre o valor
do salário mínimo. No período, o
governo tem legislado por medida
provisória.
A MP 1.744, publicada em fins de
abril do ano passado, foi reeditada
12 vezes. Pereceu agora de vez, coma edição de uma nova MP, que
quantifica o mínimo que deverá vigorar até abril de 2000.
O tema bem que preocupa deputados e senadores. Pesquisa no
"Diário do Congresso" revela que
por 415 vezes, nos últimos 16 meses, o mínimo foi objeto de projetos, discursos ou pareceres em comissão. Há 12 projetos em tramitação, cinco deles de autoria do deputado Paulo Paim (PT-RS).
"O último desses projetos, que
aumentaria o mínimo de R$ 130
para R$ 180, recebeu em 2 de junho
do ano passado a menção "urgência urgentíssima" para ser votado.
Mas a Mesa da Câmara não o colocou em votação", diz ele.
Paim contesta o argumento oficial de que a majoração abrupta
quebraria a Previdência. Diz que
"bastaria garantir para pensões e
aposentadorias os R$ 6,9 bilhões
gastos com outras finalidades".
Sua proposta -a única que, por
persistência, tem ocupado espaço
na mídia- prevê mecanismo gradual de reajustes, para que em
2013, dentro de 14 anos, o mínimo
atinja R$ 830 por mês. Um valor
que a oposição argumenta corresponder ao que vigorava no início
dos anos 40.
Os aliados do PT adotam posição
igualmente ofensiva. "O salário
mínimo é uma vergonha nacional
e um roubo oficializado contra os
trabalhadores", disse Alceu Collares (PDT-RS).
No bloco governista, a posição
mais inequívoca partiu, esta semana, do deputado Luiz Antônio de
Medeiros (PFL-SP), político de
origem sindical. Seu argumento:
qualquer número inferior a R$ 170
implica bloquear os mecanismos
de redistribuição de renda e afundar, abaixo da linha da pobreza, os
brasileiros beneficiados pelos primeiros tempos do Real.
Ele sugere mexer na faixa mais
alta de remuneração dos aposentados. Seria um jeito de redistribuir o
bolo dentro do próprio orçamento
da Previdência.
(JBN)
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