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Planalto usa tática para evitar pressão
da Sucursal de Brasília
O governo definiu uma estratégia para reduzir as pressões e manifestações das centrais sindicais
por um aumento do salário mínimo maior do que o anunciado ontem.
A estratégia, elaborada pelo Ministério do Trabalho, consistiu em
atender algumas reivindicações
defendidas pelas centrais na semana da divulgação do reajuste do
mínimo.
Duas reivindicações foram atendidas na última quinta-feira, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou no Palácio
do Planalto medidas defendidas
pelas centrais sindicais: um programa de habitação popular e outro para estimular a geração de
empregos no país.
Sindicalistas de todas as centrais
foram convidados para participar
da solenidade, ocorrida um dia antes da divulgação do novo salário
mínimo.
A Folha apurou que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) chegou a preparar documento sobre o
salário mínimo e pretendia entregá-lo ao presidente na cerimônia
em que foram divulgados os dois
programas.
A tentativa acabou sendo abortada pelo ministro do Trabalho,
Francisco Dornelles, durante reunião reservada com os sindicalistas
antes da solenidade de divulgação
das medidas.
Durante essa reunião, o sindicalista Marcelo Sereno, representante da CUT, disse a FHC que o presidente da central sindical, Vicente
Paulo da Silva, não estava no encontro porque houve problema
com o avião que o levaria de São
Paulo para Brasília, mas que ele
pretendia entregar um documento
durante a cerimônia.
Dornelles havia acertado com os
sindicalistas o anúncio das medidas, mas havia arrancado deles o
compromisso de que, naquela solenidade, não se falaria em aumento de salário mínimo.
Ao tomar conhecimento do documento da central sindical, Dornelles teria dito, segundo um participante da reunião: "Se vocês querem colocar fogo no país por conta
do salário mínimo, podem fazer isso amanhã, mas não hoje. Política
é compromisso".
A CUT recuou e o documento
acabou não sendo entregue ao presidente. Vicentinho nem apareceu
no Palácio do Planalto.
A outra reivindicação dos trabalhadores que FHC atendeu ampliou a participação das centrais
sindicais nos programas de requalificação profissional.
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