São Paulo, Sábado, 01 de Maio de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO Índice Merval sobe 9,6% após proposta de US$ 13,4 bi da Repsol para comprar 85% das ações da YPF Oferta pela YPF eleva Bolsa na Argentina
ANDRE SOLIANI de Buenos Aires A Bolsa de Valores de Buenos Aires disparou um dia depois que a Repsol, empresa petrolífera espanhola, anunciou que pagaria US$ 13,437 bilhões para comprar 85,01% das ações da companhia de petróleo argentina YPF. O índice Merval das ações mais negociadas em Buenos Aires subiu 9,59%. É uma das maiores altas do ano. O volume de negócios também foi recorde, atingindo US$ 183 milhões. Operadores locais afirmaram que a euforia no pregão argentino foi puxada pelos papéis da YPF, que subiram 17%, fechando em US$ 41,85. A Perez Companc e as empresas de telefonia também ajudaram na alta de ontem. Se a Repsol comprar a YPF, essa será a maior aquisição da América Latina. A Repsol já possui 14,99% do capital da YPF, adquiridos por US$ 2,1 bilhões em janeiro passado. Segundo a YPF, a Repsol já é a maior acionista individual da empresa. A YPF começou a ser privatizada em 93 e o governo detém hoje 5,3% do capital. O Ministério da Economia informou ontem que estaria disposto a vender suas ações. "A proposta pode ser interessante para o governo", disse Alejandro Quiroga López, subsecretário do ministério. A Repsol está disposta a pagar US$ 44,78 por ação. O negócio só será fechado, no entanto, se a Repsol conseguir comprar mais de 50% das ações, garantindo o controle acionário da YPF. O dinheiro para a operação será obtido com um grupo de bancos, dispostos a emprestar US$ 15,5 bilhões. Os bancos são BBV, Goldman Sachs, La Caixa, Merrill Lynch, Citigroup e UBS, segundo a Repsol. Para o presidente da petrolífera espanhola, Alfonso Cortini, a fusão garantirá a expansão da empresa no mundo e na América Latina. "Os ativos e as experiências das duas empresas se encaixam perfeitamente." A Repsol concentra seus negócios em refino e distribuição de gás e petróleo. A YPF, por sua vez, é mais forte na exploração. A soma das reservas de petróleo e gás das duas empresas chegaria a 4,226 bilhões de barris, sendo 3,248 bilhões apenas da YPF. Os dados são de 98. Juntas, seriam a oitava empresa do setor no mundo, de acordo com a Repsol. O negócio também possibilitaria ganhos de escala. Cortini estima economia superior a US$ 300 milhões por ano em marketing. Outras fontes de economia seriam a venda de US$ 2,5 bilhões de ativos e o corte de US$ 2 bilhões em investimentos entre 99 e 2002. Essa redução de gastos seria usada para pagar a dívida com os bancos responsáveis pelo financiamento. A Repsol também emitiria papéis no valor de US$ 6 bilhões. Texto Anterior: Greenspan é âncora da expansão, diz Fischer Próximo Texto: BNDES aprova R$ 502 milhões para a Fiat Índice |
|