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FOLHAINVEST
INVESTIMENTOS
Ações, CDBs prefixados, LFTs de longo prazo e títulos da dívida externa são opções para quem aceita risco
Mercado oferece boas pechinchas na crise
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Lembra-se daquele velho ditado
que diz "compre na baixa e venda
na alta'? Embora a maioria dos
consultores esteja recomendando
estratégias conservadoras para
enfrentar a turbulência, alguns
também acham que, especialmente para o médio e grande investidor, há boas pechinchas nos
mercados ditos de risco, como de
Bolsa de Valores, de títulos longos
da dívida pública interna, de papéis da dívida externa brasileira e
de CDBs prefixados.
Para quem tem sangue-frio, o
mercado com mais indicações
neste momento é o de Bolsa. Luis
Stuhlberger, diretor da corretora
Hedging-Griffo, chega a afirmar
que a posição mais conservadora
que atualmente um investidor
pode assumir é comprar ações de
empresas brasileiras.
As empresas brasileiras, explica,
não são endividadas como as
americanas e européias. São enxutas, têm pouca concorrência e
estão baratas -é possível comprar algumas delas pelo equivalente a três anos de fluxo de caixa.
Stuhlberger não recomenda,
por exemplo, companhias reguladas pelo governo, como as concessionárias de energia, água, petróleo etc que são sujeitas a controle de tarifas, dependendo de
quem seja o próximo presidente.
Também sugere evitar fundo de
ações atrelado ao Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo), pois terá papéis de empresas
problemáticas, como Embratel e
Net.
O consultor financeiro Victor
Zaremba também inclui ações entre as suas indicações para o atual
momento, mas com ressalvas: só
devem ser aplicados recursos que
não vão fazer falta e o horizonte
deve ser de médio e longo prazo,
de preferência sem data definida
para resgate.
Entre as companhias que vê
com bons olhos, Zaremba cita:
Vale do Rio Doce, Aracruz, Sadia,
Perdigão, Fosfértil, Lojas Americanas, Ambev, Gerdau, Coteminas, Souza Cruz e Eternit.
Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Senior, também está
entre os analistas que acham que
há boas oportunidades no mercado. Ele cita, por exemplo, Vale do
Rio Doce, Souza Cruz e Eletrobrás. Para quem encara um pouco
mais de risco, ele também sugere
Telemar, Embraer e Petrobras.
Pechinchas
Além das ações, há outras pechinchas no mercado financeiro
para quem tem sangue-frio para
arriscar.
No segmento de CDB, a maioria
dos consultores diz que o mais seguro, é optar pelos pós-fixados,
indexados ao CDI (Certificado de
Depósito Interbancário) e com
cláusula de recompra. Mas não é
isso que o grande investidor está
fazendo.
O que tem levado alguns investidores a optar pelos prefixados é
a atrativa taxa de juro. Até quinta-feira, um CDB pré de um ano prometia uma taxa de 28,79%. Mas o
produto é arriscado e, em geral,
não tem cláusula de recompra.
Marcelo D'Agosto, diretor da
consultoria InvestMate, tem recomendado aos clientes investir em
LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) de prazo longo, com vencimento acima de um ano.
"As LFTs de longo prazo estão
depreciadas. Dependendo da duração, chegam a pagar um ponto e
meio percentual acima da Selic",
explica. Essa é uma indicação, diz
D'Agosto, para quem não acredita em calote da dívida pública.
No BankBoston, desde o início
de maio, há uma família de fundos -a Performance DI- que
investe justamente em títulos públicos longos, com dois, três anos
de prazo. "A procura tem sido
muito boa nos últimos dias", afirma Maurício D'Amico, diretor do
BankBoston.
Para quem acha que o país não
vai quebrar nem dar um calote na
dívida externa, outra opção são os
Fiex (Fundos de Investimento no
Exterior). Trata-se de um produto
que investe em títulos brasileiros
emitidos no exterior.
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