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FUNDOS
Ganho médio deve ser de cerca de 0,8% em junho; os de risco terão prejuízo
Renda fixa e DI já revertem perdas
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos DI e de renda fixa estão revertendo as perdas da marcação a mercado -a nova forma
de contabilização de seus papéis- e devem fechar junho com
rentabilidade positiva. Até dia 26,
último dado disponível, os DI
acumulavam ganho médio de
0,82%; os renda fixa, de 0,73%.
Mas o tempo fechou para os
fundos de risco -que investem
em ações, em mercados futuros
de juros, Bolsa e câmbio, e para os
Fiex (Fundo de Investimento no
Exterior), que aplicam em papéis
da dívida externa brasileira.
Também os fundos de privatização Petrobras, que receberam
recursos do FGTS, tiveram pesadas perdas, acumulando rentabilidade negativa de 8,05%. No mês
passado, o grande vencedor foi o
investidor dos fundos cambiais,
que renderam 9,21% impulsionados pela alta do dólar.
Os resultados de junho são fruto
da oscilação dos mercados que
atingiu níveis excepcionais pondo
à prova a capacidade dos gestores
dos fundos de investimento. O
Ibovespa caiu 13,4% até sexta-feira, mas o câmbio e os juros dispararam.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de
juros com vencimento em janeiro
de 2003, que no dia 31 de maio estavam em 18,36% ao ano, atingiram o pico de 26,26% ao ano no
último dia 22. Na sexta-feira, a taxa havia recuado para 22,73%.
O que fez chacoalhar os mercados foi o aumento do risco nos
países emergentes, a crise de confiança nos balanços das empresas
americanas, com a consequente
queda dos preços de suas ações, e
a incerteza sobre as eleições presidenciais no Brasil.
Cautela
No atual quadro, o investidor
deve escolher com cuidado onde
aplicar suas economias. "Estamos
vivendo uma crise momentânea
como muitas do passado e outras
que virão. O investidor deve
aprender com as queimaduras e
ter mais cuidado com seu dinheiro", alerta o consultor financeiro
Victor Zaremba.
Neste momento, em todas as
modalidades de fundos há vencedores e perdedores, lembra ele.
Nas duas últimas semanas, muitos fundos multimercados que
aplicam em derivativos -fazendo apostas nos mercados futuros
de juros, câmbio e Bolsa- tiveram perdas.
O Fintex Fif, da Fintex Fundo de
Investimento Financeiro, do Rio,
teve perda de 33,18% no mês, o
que provocou a fuga de investidores que sacaram mais de R$ 10 milhões, derrubando seu patrimônio à metade. Já o Pactual Fix Alavancado, do banco Pactual, teve
rentabilidade de 39% no período.
Quem quer obter ganhos reais
(descontada a inflação) superiores aos proporcionados pela renda fixa deve diversificar suas aplicações e correr algum risco, segundo Zaremba. Ele recomenda
destinar 15% para fundos que
aplicam em derivativos e 15% para Bolsa ou fundos de ações.
"Quem for aplicar em derivativos deve fazê-lo em mais de uma
instituição, pois até gestores que
sempre estiveram entre os melhores do mercado erram", diz Zaremba.
Segundo Carlos Foz, sócio-diretor da Fama Investimentos, quem
perdeu dinheiro nesses fundos terá de esperar pelo menos seis meses para recuperá-lo.
Já Marcelo Beraldo, gerente de
informações da Sul América Investimentos, lembra que os investidores dos fundos de risco devem
buscar informar-se muito bem
sobre o que estão comprando. "A
primeira condição para entrar em
um desses fundos é saber se o gestor trabalha com limite de risco e
se reviu esses limites, pois tudo
mudou com a turbulência e a
marcação a mercado," diz ele.
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